Professora de Camaçari realiza ações solidárias para custear tratamento de câncer

A pedagoga e moradora de Camaçari, Maria Núbia Santos da Silva, de 55 anos, “Pró Núbia” ou “tia Binha” como também é conhecida, foi diagnosticada com câncer do tipo mieloma múltiplo, no final do ano de 2020. Na luta pela cura, familiares e amigos da professora estão realizando diversos eventos solidários na cidade para arrecadar fundos para ajudá-la nos custos com o tratamento da doença. A meta inicial é arrecadar R$ 2 mil, para realização de alguns exames de urgência e compra de medicamentos.

O câncer que acomete Núbia, o Mieloma Múltiplo, é de um tipo de célula da medula óssea chamada de plasmócitos, responsáveis pela produção de anticorpos que combatem vírus e bactérias. Quando o paciente sofre com essa doença, os plasmócitos são anormais e se multiplicam rapidamente, comprometendo a produção das outras células do sangue.

Publicidade

destaque-1-lateral

Núbia não tem convênio e a família relata que alguns exames não são ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Inicialmente, os procedimentos que ela precisa fazer é uma cintilografia do miocárdio, uma ressonância da coluna, da região torácica e da lombar. Além dos exames de acompanhamento, feitos todos os meses, o de cadeias leve livre (freelite) e medicamentos que também não são fornecidos pelo SUS.

Nas redes sociais, amigos e familiares estão fazendo uma campanha solidária para arrecadar dinheiro em prol da saúde de tia Binha. Uma delas é o Pix Solidário, qualquer valor pode ser doado através do Pix (telefone): 71982396102, Maria Nubia Santos da Silva. Além disso, outras ações estão programadas para acontecer como o Baba Solidário, agendado para domingo (28), às 8h, na Rua Afrânio Peixoto, no bairro do Alto da Cruz, no campo da Chácara, próximo à TVC. A iniciativa terá uma colaboração de R$ 4.

Quem não tem como fazer pix ou comparecer ao baba, no dia 19 de dezembro será feita uma Feijoada Beneficente. Os interessados podem solicitar através dos telefones (71) 99736-1994 ou (71) 98349-5290, uma quentinha no valor R$ 15. A entrega será feita por delivery, com taxa fixa de R$ 5, ou por retirada, na Rua Afrânio Peixoto, nº 45, bairro do Alto da Cruz, próximo à TVC.

Outras ações solidárias estão previstas para acontecer, quem quiser ajudar e saber mais informações pode acompanhar os perfis dos filhos de Núbia no Instagram, Elcson Silva e Eriane Silva. Os interessados em ajudá-la de uma outra forma, podem entrar em contato através dos telefones (71) 99736-1994 ou 98349-5290.

História de vida e diagnóstico

Núbia é casada há 25 anos com Edilson José, tem dois filhos, Elcson Silva, de 35 anos, e Eriane Silva, de 29. Natural de um povoado chamado Zuca, na cidade de Ruy Barbosa, na Bahia, ela sempre gostou de trabalhar com crianças, mas as fortes dores que sentia a impossibilitaram de seguir fazendo o que mais gostava: ensinar.

Até o final de 2015, Núbia ensinou alunos das séries iniciais e alfabetização em diversas escolas da rede pública e privada de Camaçari. A rotina de sofrimento e luta para descobrir o diagnóstico preciso da doença teve início no ano de 2016, quando a professora apresentou fortes dores na região da coluna vertebral e em uma das pernas, impedindo-a de andar e realizar suas atividades laborais. Nesse período, ela chegou usar fraldas, coletes ortopédicos e cadeira de rodas.

Ainda em 2016, após esse período de crise inicial, o quadro foi se agravando e logo após a realização de alguns exames teve a confirmação de nove fraturas, com redução de altura, na coluna vertebral, na região do tórax e lombar, seguido do diagnóstico de osteoporose (doença que se caracteriza pela perda progressiva de massa óssea, tornando os ossos enfraquecidos e predispostos a fraturas). Depois disso, Núbia continuou o tratamento para as enfermidades e apresentou uma melhora significativa, possibilitando-a de retornar a andar e realizar algumas atividades físicas, como hidroginástica, pilates, fisioterapia e RPG.

Com a melhora, a pedagoga tentou voltar para a sala de aula, mas não conseguiu. Ela continuou com o tratamento para osteoporose, mudou várias vezes de médicos, buscou especialistas, mas o diagnóstico do câncer ainda não tinha sido descoberto.

Em 2020, através de um amigo da família, Núbia conseguiu uma consulta com um ortopedista, que ao analisar os exames realizados nos últimos quatro anos encaminhou a paciente para uma consulta com um onco-hematologista do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), conhecido como Hospital das Clínicas, em Salvador. Ao passar pelo especialista e realizar uma série de exames laboratoriais, de imagens e biópsia, veio a confirmação do mieloma múltiplo.

Hoje, a professora carrega diversas sequelas devido ao diagnóstico tardio da doença. Complicações como: fraturas na coluna vertebral, em duas costelas, múltiplos nódulos pelo corpo, redução na altura e uma leve escoliose.

Após a confirmação do câncer, no dia 29 de dezembro de 2020, Núbia iniciou o tratamento quimioterápico semanal e mensal no Hupes, pelo SUS. Agora ela necessita do transplante de medula autogênico (quando a medula vem do próprio paciente), que ainda não tem data definida, mas precisa terminar os exames e consultas pré-operatórios.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Eriane Silva (@eri.emanuel)