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Praça Abrantes agoniza no Centro de Camaçari
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Beatriz SantosChamada carinhosamente pelos frequentadores por ‘Centro Cultural’, a Praça Abrantes recebe centenas de pessoas por dias e é perceptível o abandono da área de lazer. No local, existem rampas de halfs, quadra de esporte e arquibancada. Os brinquedos, a exemplo de escorregadores, foram retirados e atualmente os espaços estão vagos. A situação desperta queixas, tanto de artistas e esportistas, como também de pessoas que transitam próximo ao local.
A professora Elen Moreira, de 29 anos, diz que o descaso gera desinteresse na cidade. “Quando se tem um espaço de cunho social educativo e está em uma situação de abandono é realmente preocupante. Isso afeta não só a arte e o esporte, mas também gravemente a área educacional. Quando um espaço público como esse é bem aproveitado, a gente pode tirar os meninos das quatro paredes da escola e fazer com que eles possam fazer exercício de expressão nas ruas, como andar de skate. Infelizmente desse jeito não dá”.
Como dito pela professora, o estado crítico afeta também quem usa a praça para produzir arte. A poetisa e integrante do grupo musical Bruxas Gang, Stephanie Cristine, afirma que a situação do espaço é o reflexo de quem utiliza o ambiente perante o Governo Municipal.
“O abandono da Praça Abrantes deixa explícito o que os artistas locais representam para a Prefeitura. A Praça Abrantes sempre foi marginalizada e vista de forma violenta, assim como os artistas. Os eventos realizados na praça não tem nenhuma ajuda de custo da Prefeitura de Camaçari, e quando tentamos um novo local, como o Teatro Alberto Martins, nos é negada qualquer tipo de pauta. Espaços artísticos que estão completamente isolados dos planos municipais. Os artistas envolvidos precisam de uma reparação, de um novo olhar sobre o que eles constroem e de valorização. Nós, artistas de Camaçari precisamos de lugar de fala e ser valorizados por isso”, afirma.
Além de todos esses questionamentos, existe também o espaço ocupado por comerciantes que anteriormente já foi usado por skatistas e grupos culturais, como por exemplo, para fazer rodas de capoeira.
Miqueias Silva, 31, é esportista há 15 anos. Durante todo esse tempo o skatista diz que a praça passou apenas por pintura e teve implantação de corrimão.
Ele conta que o amor ao esporte é o que ainda motiva as pessoas a frequentar a praça.
Quem trabalha no local também apresenta queixas. Cláudio Mota mantém uma barraca de lanche no local e afirma que as árvores precisam ser podadas. “Essas árvores precisam ser aparadas urgente pela Defesa Civil porque é um risco grande para quem passa e principalmente para minha barraca. Se esse galho cai, por exemplo, vai gerar um acidente grave”.
Nesta quinta-feira (14), o Destaque1 entrou em contato com a Diretoria de Comunicação da Prefeitura de Camaçari, mas até o fechamento da reportagem não obteve retorno.
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