Opinião
Por que não amamos a Seleção Brasileira de Futebol como antes?, por Fabio Sena
É preciso repensar o nosso futebol, principalmente para as futuras gerações.
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Fabio SenaJá faz algum tempo que o torcedor brasileiro não trata a Seleção Brasileira de Futebol com o mesmo carinho e amor com que trata seu clube. E quais seriam os fatores que levaram a esse momento?
Ao conversar com alguns amigos, e através de pesquisas nos mais diversos meios de comunicação do mundo esportivo, cheguei a alguns fatos que levam a essa triste constatação.
O primeiro fator está ligado a não representação de atletas dos clubes nacionais na seleção. Até os anos 90, os torcedores brincavam com o número de atletas que estavam presentes na seleção e eram ídolos no seu clube de coração. O advento do futebol mercadológico, com investimentos financeiros cada vez maiores, fez com que os clubes brasileiros perdessem poder de compra e manutenção de bons jogadores por muito tempo. Dessa forma, os jovens atletas com potencial para chegar à seleção vão para a Europa cada vez mais cedo, dificultando que sejam referências na seleção e orgulho para os torcedores nacionais.
O segundo fator está ligado ao calendário brasileiro, que não para durante as datas de jogos oficiais das seleções, fazendo com que os poucos atletas que são convocados e que atuam no país sejam desfalques nos seus clubes. O maior exemplo disso é o Flamengo, que teve cinco jogadores convocados por quatro seleções diferentes na Copa América 2021. Com isso, o torcedor rubro-negro fica na bronca e torce para que esse tipo de competição termine logo, para que seus ídolos retornem ao clube.
O terceiro fator seria o futebol praticado pela seleção. Ao comparar nossa seleção com as principais forças da Europa, fico com a impressão de que paramos no tempo.
Apesar de termos grandes jogadores e uma capacidade que parece ser infinita de revelar grandes craques, o modelo de jogo que se apresenta contra os nossos adversários do continente é bastante burocrático, e temos uma enorme dependência do craque Neymar. O modelo de futebol das seleções europeias é baseado quase sempre no conjunto, poucos são os modelos voltados para um jogador específico.
O fato de não jogarmos contra as seleções europeias, devido ao calendário cheio de competições no velho continente, deixa um cenário complicado para a nossa seleção, que nas últimas quatro Copas foi derrotada em jogos decisivos contra seleções da Europa.
Por último, o aspecto da corrupção dentro dos bastidores da CBF, que ano após ano é cercada de escândalos na sua administração. O último episódio levou ao afastamento do atual presidente da entidade devido a uma denúncia de assédio moral.
Por essas e outras vivemos um momento delicado na relação de amor com a camisa mais importante do futebol mundial. É preciso repensar o nosso futebol, principalmente para as futuras gerações.
Fabio Sena é administrador de empresas com pós-graduação em Gestão da Produção. Camaçariense com muito orgulho e fanático por futebol. @equipegolfc
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
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