O espetáculo “Ponte Para a Comunidade – Orquestras Afrobaianas”, que será apresentado ao público no dia 14 de novembro, às 19h, na Concha Acústica do TCA, destaca a sonoridade de cerca de 150 alunos e alunas formados nos oito polos de ensino do projeto nas comunidades de Salvador. O grupo, com formação em percussão, sopros e canto, estará no palco no concerto de lançamento das oito Orquestras Afrobaianas, que marca o encerramento da primeira edição desse megaprojeto musical. Os ingressos, gratuitos, poderão ser retirados a partir desta quinta-feira (7) na plataforma Sympla.
Nesta edição, a ação da organização sociocultural Casa da Ponte, presidida pelo maestro Ubiratan Marques, está atendendo cerca de 1.500 alunas e alunos, de todas as idades, atraídos pelo projeto “Ponte Para a Comunidade – Orquestras Afrobaianas”, a maioria frequentando as aulas de formação musical nos polos formados no seu bairro de origem, como o Centro Histórico/Pelourinho, Candeal/Brotas, Curuzu/Liberdade, Pirajá, Itapuã e Bairro da Paz.
Durante o espetáculo, cada Orquestra Afrobaiana, com percussão, sopros e voz, será entregue para cada uma das oito organizações: Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê, Olodum, Malê Debalê, Banda Didá, Pracatum, Cortejo Afro e Grupo Étnico Cultural. O concerto terá a participação da Orquestra Afrossinfônica da Casa da Ponte, a primeira do gênero do país, que será a base para a execução do repertório. A direção artística é de Ubiratan Marques, Filipe Cartaxo e de Russo, Passapusso, vocalista da BaianaSystem, que promete novidades em sua participação especial.
“Foi o projeto ‘Ponte para a Comunidade’ que me ofereceu uma maior experiência com o instrumento, fortalecendo meus conhecimentos no violão e permitindo que atue em Sussuarana e em Beiru/Tancredo Neves. O curso também abriu muitas portas, não só em esferas musicais, mas como culturais, me enriquecendo enquanto pessoa pelos diálogos com outros músicos, pelos repertórios e por meio da ida semanal ao Pelourinho, realmente como uma ponte de acesso”, afirma Mateus Barbosa, aluno de violão do polo Filhos de Gandhy.
Com o patrocínio do Nubank, o maior projeto de acesso à música na Bahia se tornou realidade através da aprovação pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura. Com vários trabalhos realizados dentro desse conceito, Judith Leite, coordenadora pedagógica da Casa da Ponte, afirma que o Ponte para Comunidade superou suas expectativas com 1.550 participantes, selecionados entre centenas de inscritos.
“A gente não vê juntando esse número de pessoas nas universidades que oferecem licenciatura em música, nem na escola técnica, nem em lugar nenhum. Não dissemos não para ninguém de nenhuma idade que quis aprender música; acima de 16 anos, está todo mundo dentro. Mas o projeto é muito além de ensinar música, é fazer com que cada pessoa que procure o projeto encontre a sua música. E que essa sua música pode ser com dois acordes, pode ser com três notinhas, mas que faça a transformação”, afirma Judith.
Um projeto socioeducativo, o Ponte para Comunidade surgiu com a intenção de interferir no cenário musical brasileiro, através da valorização da cultura de matriz africana e indígena. As Afrobaianas têm o mesmo propósito da Afrossinfônica, orquestra criada pelo maestro Ubiratan Marques há 15 anos, que segue um estilo que possibilita à população brasileira reconhecer e cultivar a fundo elementos e conteúdo de suas próprias raízes culturais.