Polo Industrial completa 43 anos com faturamento anual de 15 bilhões de dólares

O Polo Industrial de Camaçari completa 43 anos nesta terça-feira (29). Maior Complexo Industrial integrado do Hemisfério Sul, mesmo diante do cenário pandêmico, tem se mantido como grande vetor de desenvolvimento da Bahia, especialmente dos municípios vizinhos de Camaçari e Dias d’Ávila.

Representadas pelo Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), são mais de 90 empresas que compõem o Polo Industrial. Atualmente, o complexo concentra suas atividades nos segmentos químico-petroquímico, pneus, metalurgia do cobre, têxtil, bebidas, celulose, fertilizantes, fármacos, energia eólica, bebidas e serviços (incluindo logística).

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Números levantados pelo Cofic anteriores a março de 2020 apontam que o Polo de Camaçari é responsável por gerar 15 mil empregos diretos e 30 mil indiretos, com faturamento anual de US$ 15 bilhões (dólares). O complexo também é responsável por mais de 30% das exportações da Bahia, mais 90% da receita tributária de Camaçari e Dias d’Ávila, pela arrecadação de R$ 1 bilhão de ICMS no estado por ano e tem 22% de participação no PIB da indústria de transformação baiana.

No entanto, em mais de quatro décadas de atuação, o Polo encara muitos desafios. A desativação da fábrica da Ford em Camaçari impactou diretamente a economia local. Como confirmou o prefeito Elinaldo Araújo (DEM), depois do anúncio do encerramento das atividades da montadora, em janeiro deste ano, o município perdeu R$ 30 milhões do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e mais R$ 100 milhões do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da receita líquida. Camaçari tem arrecadação anual de cerca de R$ 1,3 bilhão em impostos.

Atualmente, entre as empresas do Complexo Industrial, destacam-se organizações líderes em seus segmentos, como a Braskem (líder em resinas termoplásticas na América Latina), a Paranapanema (principal produtor de cobre eletrolítico da América do Sul), a BSC (única indústria produtora de celulose solúvel com alto teor de pureza em toda a América Latina), a Deten Química (única produtora no país de LAB – Linear Alquilbenzeno, matéria-prima básica para produção de detergentes biodegradáveis), além da Continental e a Bridgestone, no segmento de pneus. No setor da energia eólica, com forte poder de crescimento no Estado da Bahia e no país, destacam-se indústrias como Siemens-Gamesa e Torrebrás.

Outros empreendimentos também se destacam, a exemplo da Oxiteno, Bayer, Unigel e do Complexo Acrílico da Basf, que representa o maior desafio da empresa fora da Alemanha, com aportes superiores a R$ 1,5 bilhão e produção em escala global de ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes (SAP), utilizando como matéria-prima o propeno, fornecido pela Unidade de Petroquímicos Básicos da Braskem.

Essas novas rotas da produção em Camaçari atraíram também indústrias de transformação, como a Kimberly-Clark, que fabrica fraldas descartáveis e produtos de higiene pessoal a partir dos polímeros superabsorventes fornecidos pela Basf, além da Knauf (drywall), Votorantim (cimentos), ITF Chemical (medicamentos), dentre outras.