Opinião
Opinião: recuo estratégico de Caetano fortalece oposição em Camaçari
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Lenielson PitaA política é a arte do diálogo. Conhecedor dessa máxima, o ex-deputado federal Luiz Caetano se convenceu da necessidade de flexionar a posição quanto a pré-candidatura da esposa e advogada Ivoneide Souza Caetano à prefeita de Camaçari.
Inicialmente, Caetano acreditava que todos os partidos de oposição iriam apoiar o nome de Ivoneide naturalmente, sem resistência. E não é que nem o próprio PT engoliu a pré-candidata no início?
Após praticamente todas as legendas de centro-esquerda anunciarem pré-candidatos e colocarem o bloco na rua, o experiente político, que nos últimos 18 anos disputou 10 eleições e ganhou 9, organiza agora uma ampla frente de oposição para disputar as eleições em 2020.
Entretanto, dessa vez, o ex-vereador, ex-deputado estadual, ex-prefeito e ex-deputado federal, e “quase radialista”, aceita conversar e acata como critério a possibilidade de apoiar qualquer nome da oposição, desde que seja candidato único.
Esse recuo estratégico de Caetano visa aglutinar toda a base do governador da Bahia, Rui Costa, que está bem avaliado em Camaçari, além de ganhar o apoio pessoal do próprio governador, mais as bênçãos de medalhões importantes, como os senadores Jaques Wagner e Otto Alencar.
O movimento do petista é visto por líderes partidários no município como um grande gesto. Na política, gesto vale muito, e tudo indica que as legendas compreenderam isso.
A única exceção é Fábio Lima, que voltou a reafirmar a manutenção da pré-candidatura “até o final”, sem ressalva ou demonstração de que existe a possibilidade de ceder espaço para outra legenda, postura adotada por Caetano quando lançou Ivoneide.
Fábio sabe que sozinho não tem chance e o próprio tem dito isso. A sobrevivência política da jovem liderança não está agora nas mãos do deputado Niltinho (PP), ou do vice-governador João Leão (PP), que diga-se de passagem abandonou Zé de Elísio em 2012. Está com os Lima’s e o seu grupo na cidade, que, ou encara a realidade de frente ou estão fadados a ver o “VLT político” passar.
Em suma, mesmo com arestas ainda para serem aparadas, é notório que com o novo acordo a oposição se fortalece e ganha fôlego para correr os quatro cantos de Camaçari em busca de mais apoio para o projeto defendido por essa nova frente.
Protótipo de pesquisa
Desde o início da semana, uma suposta pesquisa eleitoral foi ventilada nos bastidores da política em Camaçari.
O levantamento não foi registado no sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais (PesqEle) da Justiça Eleitoral, conforme Lei nº 9.504/1997 e Resolução nº 23.549/2017 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
E por isso, os dados relacionados aos possíveis cenários de disputa eleitoral não serão divulgados aqui, até porque é crime previsto em lei.
De acordo com o especialista em marketing digital e pesquisa de mercado, Luiz Miguel, “grande parte das pesquisas eleitorais calculam os resultados baseados em opiniões de mil a quatro mil pessoas, que, caso contenham as características da população integral, podem representar muito bem o que de fato acaba se desenrolando nas urnas no dia da eleição”.
Entretanto, o suposto levantamento alardeado por alguns como “sério” foi realizado com menos de 500 pessoas, ou seja, longe de apontar um extrato da realidade política e eleitoral, mesmo que de momento.
Luiz Miguel ainda afirma que “a margem de erro, assim como o nível de confiabilidade do instituto de pesquisa, é delimitada antes mesmo da pesquisa começar. Se quem contrata a pesquisa deseja obter um número menor de margem de erro, uma amostragem maior terá de ser solicitada, para que a representatividade tente se aproximar cada vez mais da realidade”.
Talvez por tudo isso a “pesquisa” não foi registrada.
Caso seja identificado irregularidades ou manobras em uma pesquisa eleitoral registrada, os responsáveis podem, inclusive, responder criminalmente, com previsão de multa e detenção, conforme lei.
Melhor não ariscar né?
Lenielson Pita, jornalista e editor do Destaque1.
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