Opinião
Opinião: acorda, irmão, nós não somos essa sobra, esse resto
Lula presta um grande desserviço ao Brasil e uma traição às maiores aspirações de emancipação da nossa sociedade.
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Edson MirandaAo continuar relativizando o impacto negativo da corrupção na vida difícil do povo brasileiro, Lula presta um grande desserviço ao Brasil e uma traição às maiores aspirações de emancipação da nossa sociedade. Parece que para ele só existe corrupção na cabeça e no “time” dos outros.
Agora foi o apoio ao atual governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), aliado do senador Renan Calheiros, afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por roubar o dinheiro do povo de Alagoas e do Brasil. Com isso, reforça esse cadáver insepulto, chamado sistema político, que faz do trabalhador comum e honesto um grande otário. Só quero ver onde vamos parar. Pelo que já conhecemos, não deve terminar bem, pois “pau que nasce torto, morre torto”.
Entretanto, sua maior traição é à luta dos brasileiros historicamente oprimidos, pois esta, conforme teorizada por Marx e muitos outros pensadores de matizes diferenciadas, só pode ser consequente e levada em frente através de um combate árduo e constante, uma ruptura radical e persistente à ideologia burguesa. Se nossas lideranças populares se lambuzam, se contaminam com a corrupção, que, aliada à exploração e opressão dos mais fracos economicamente, é a grande marca, a grande mácula, nódoa, de toda a tradição burguesa no Brasil, então nossa luta, irremediavelmente, não tem futuro. Não deixaremos saídas honradas e consistentes para novas gerações de lutadores que advirão.
Não podemos arcar com todo um legado histórico de violência, desigualdades e corrupção, que é dos políticos tradicionais, da estirpe dos Renans, Sarneys, Eunícios, Geddeis, Bolsonaros et caterva. Nossa viola deve e tem a obrigação de ser outra. O fim do poço já foi atingido. Estamos todos exaustos, deprimidos, pobres diante de tanta roubalheira. Chega! Essa deve ser a nossa música daqui para frente.
Na verdade, trata-se das já conhecidas e surradas formas e fórmulas de luta, atuação política e de compreensão da realidade. A história, principalmente a mais recente, já tratou de nos mostrar os limites e os desastres advindos dessa caminhada. A velha forma que anuncia aos quatro ventos que, se quisermos promover mudanças na realidade brasileira, temos que “meter a mão na merda”, como é costume entre os políticos profissionais e tradicionais, o que já mostrou-se trágico, além de ineficiente e ineficaz.
É hora de repensar e adotar um novo caminho. É hora de abandonar as velhas formas e olhar para as “linhas de acontecimentos” antes que seja muito tarde. É hora de organizar nosso povo em diversas e variadas frentes de luta, formar novos líderes que ambicionem transformações sociais e políticas e que não se deslumbrem com o que o Capital pode oferecer de conforto e riqueza aos seus familiares e amigos.
É hora dos que ambicionam transformações verdadeiras, nas mais diversas dimensões da vida nacional. É hora de tirar do game os fantoches manipulados pelos cordões que se encontram em mãos das velhas elites brasileiras e internacionais.
É hora de deixar de amassar barro para faraó, de retirar o rabo de palha para tocar fogo na estrada. É hora de se revolucionar para mudar o mundo!
Edson Miranda Borges é jornalista e mestre em Comunicação e Culturas Contemporâneas.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
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