Opinião
O “já ganhou” é veneno mortal na política
O excesso de otimismo leva a uma falta de preparação para a possibilidade de derrota.
Publicado
em
Por
Geraldo HonoratoO otimismo é uma característica positiva que impulsiona as pessoas a alcançar seus objetivos. No entanto, quando se trata de eleições, o excesso de otimismo vira fator prejudicial.
Recentemente, vimos ACM Neto (União), candidato a governador da Bahia, perdendo uma eleição que parecia imperdível, amargando uma das maiores viradas eleitorais da política brasileira recente. Nos anos 80, em São Paulo, o então candidato a governador Fernando Henrique Cardoso parecia eleito e reeleito. A confiança era tanta que o jovem senhor FHC chegou a posar para uma revista já “sentado” na cadeira de governador. Perdeu para o quase aposentado Jânio Quadros.
O excesso de otimismo pode desencadear uma falta de estratégia eficaz por parte dos candidatos e de suas equipes de campanha, como se todos deixassem de colocar a energia máxima disponível. Ora, se um postulante acredita que já ganhou a eleição, não se esforça tanto para conquistar votos. A equipe, por tabela, vai no mesmo ritmo. Isso leva a uma perda de ímpeto durante a campanha, o que é difícil de recuperar.
Outro problema com o excesso de otimismo é que ele cria uma sensação de complacência entre os eleitores. Se os eleitores acreditam que seu candidato está à frente na corrida eleitoral, relaxam e não se esforçam para mobilizar outros eleitores.
Por fim, o excesso de otimismo leva a uma falta de preparação para a possibilidade de derrota. Se os eleitores ou candidatos acreditam que a vitória é inevitável, eles podem não considerar o que acontecerá se perderem a eleição. Isso deságua na falta de planejamento para o futuro, ou em um choque emocional gritante, quando o resultado final é anunciado.
Em resumo, o excesso de otimismo é uma armadilha perigosa na política. É básico, mas é importante lembrar que as eleições são imprevisíveis e que não existe vitória garantida. Os eleitores e os candidatos devem trabalhar duro e se manter vigilantes até o final, independentemente do que as pesquisas ou os prognósticos digam. A única maneira de garantir a vitória é trabalhar duro, mobilizar outros eleitores e votar. Escrevam aí e leiam em voz alta: “de véspera não há vitória eleitoral”.
Geraldo Honorato é jornalista, pós-graduado em Marketing Digital e em Comunicação e Política. É sócio-fundador da agência de publicidade PPÔ Comunicação.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
Leia Também
-
“Camaçari precisa de uma nova forma de governar”, afirma Flávio Matos ao criticar velhas práticas da política
-
“Agora tenho certeza que vamos conseguir fazer esse gol”, crava presidente do PT da Bahia sobre Zé Neto
-
Projeto de escuta da população ‘Diga Aí’ acontece neste sábado em Monte Gordo
-
Seminário sobre Inteligência Artificial nas Eleições inicia ciclo de debates em Salvador
-
Lançamento da pré-candidatura de Zé Neto contará com presença do governador Jerônimo
-
Cacá Leão afirma que pesquisa eleitoral foi “banho de água fria” em opositores de Flávio