Opinião
O autoritarismo que cala a voz da torcida tricolor, por Hyago Cerqueira
Movimentações de Eduardo Freeland tem chamado a atenção negativamente.
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Hyago CerqueiraO Bahia, que outrora não tinha um diretor de futebol, contratou Eduardo Freeland no início deste ano. O gestor chegou como esperança de reformulação do futebol Tricolor, semelhante ao seu feito no Botafogo, onde foi campeão da Série B. Detentor da chave do futebol, cedida pelo presidente Guilherme Bellintani, Freeland foi o responsável pelas negociações de atletas que reforçaram o time no início da segundona e na atual janela de transferências.
No entanto, duas movimentações do dirigente chamaram a atenção negativamente. Negativa número 1: a movimentação para a demissão do técnico Guto Ferreira aconteceu na calada da noite, após a quinta derrota em 14 rodadas do Brasileiro, para contratar Enderson Moreira, com quem ele já trabalhou no Botafogo em 2021.
Recentemente, Guto Ferreira falou em uma entrevista, que Eduardo Freeland chegou ao Bahia com o objetivo de trabalhar com um técnico que ele já estava acostumado.
Negativa número 2: Na janela atual de transferência, Freeland esteve à frente da negociação com o lateral Marcinho, apresentado nesta quarta-feira (3). O atleta se envolveu em um acidente no Rio de Janeiro, quando atuava pelo Botafogo, em que atropelou um casal e saiu do local sem prestar socorro. O casal veio a óbito e Marcinho responde o processo em liberdade.
Após o vazamento da negociação, parte da torcida se manifestou contra a contratação do lateral. Apesar da repercussão negativa, Eduardo ignorou a manifestação popular e ele mesmo apresentou Marcinho, enaltecendo seu caráter por conhecê-lo desde os 16 anos. Essa decisão causou indignação de parte da torcida, e também está incomodando alguns patrocinadores do clube, que não foram avisados que teriam um réu de um processo de homicídio estampando a suas marcas nos jogos do Bahia.
Marcinho Não!
Entenda o caso e saiba porque é imoral a vinda dele pro Bahia. pic.twitter.com/I7uURbyNWU
— 🇱🇺 Retweets do Bahêa 🇱🇺 (@BaheaRetweets) July 24, 2022
Os últimos acontecimentos criam em torno de Eduardo Freeland, um tom autoritário sobre suas vontades, que não leva em consideração os desejos da torcida, o principal cliente do Esporte Clube Bahia. Esse tipo de negociação não poderia ser nem cogitada, tendo em vista a imagem do clube perante a sociedade e seus torcedores, causando a perda do título de clube socioeducacional, montado pelo ex-presidente Marcelo Santana, e coordenado pelo ex-dirigente Lênin Franco.
É importante lembrar que o Bahia é um clube do povo, um clube de massa, e essa mesma massa precisa ser levada em consideração quando se manifestar a respeito de algo que é contra ou a favor.
Hyago Cerqueira é jornalista do Destaque1 e pós-graduando em comunicação esportiva.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
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