Opinião
O adeus inesperado e a certeza de que precisamos evoluir
O sonho do hexa não acabou, apenas foi adiado.
Publicado
em
Por
Fabio SenaA participação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2022 foi encerrada precocemente nesta sexta-feira (9), diante da Croácia.
Falando do jogo em si, podemos ver um Brasil que tentou furar o bloqueio da Croácia nos 90 minutos do tempo regulamentar, mas só conseguiu evoluir para o gol na prorrogação. Entretanto, a equipe sucumbiu de maneira até infantil quando permitiu um gol em contra-ataque a quatro minutos do fim da partida e com um placar favorável. Nos pênaltis, a equipe canarinho acabou desperdiçando as cobranças com Rodrygo e Marquinhos. E foi eliminada.
Mas de toda derrota é preciso tirar lições, então vamos a elas:
Lição número 1: Ficou claro que Tite não tinha plano B para a partida, pois as suas substituições foram todas por jogadores com as mesmas características. Em minha modesta opinião, ficamos na dependência do sopro da genialidade de Neymar, que, diga-se de passagem, fez uma partida mediana diante de toda a sua qualidade técnica. O repertório brasileiro não conseguiu quebrar as linhas montadas pela Croácia no tempo normal, pois a transição de bola era lenta e sem profundidade. Em uma Copa é preciso ter opções diferentes de modelo de jogo e de jogadores para ser possível confundir o adversário e vencer o duelo tático.
Lição número 2: Apesar de termos grandes jogadores, não temos uma grande equipe. Sim, isso mesmo, apesar de termos um gênio (Neymar) e bons jogadores ao seu redor, como Vinicius Júnior. Nossa seleção não mostrou um conjunto harmônico durante a Copa. Não apresentamos um futebol com a marca da nossa identidade. A exceção foi na partida contra a fraca equipe da Coreia.
Vale registrar que o setor defensivo teve uma Copa de alto nível, como é de costume nos trabalhos de Tite ao longo da sua carreira.
Lição número 3: Passamos um ciclo de quatro anos enfrentando apenas seleções sul-americanas, asiáticas e africanas. Ficamos com a falsa impressão de que tínhamos um time capaz de enfrentar as grandes seleções da Europa. Fomos eliminados pela quinta Copa seguida por uma equipe da Europa, e nas duas últimas por seleções com uma boa geração, mas sem tanta história de conquistas em Copas. Fica claro que não basta termos nossos craques jogando lá, é preciso preparar a nossa equipe em confrontos durante o ciclo dos próximos quatro anos. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) precisa encontrar uma solução para isso.
Lição número 4: É a hora de um treinador europeu. Em outros esportes olímpicos, o Brasil importou treinadores para encontrar a evolução. A canoagem, ginástica artística e até a seleção feminina são alguns dos exemplos.
Essas confederações foram humildes de reconhecer que era necessário encontrar profissionais para alcançar uma evolução mais rápida. Atualmente, temos bons técnicos estrangeiros liderando times do Brasil, fazendo bons trabalhos e criando um movimento positivo de busca de conhecimento dos treinadores nacionais. Acho que chegou o momento de olhar para o lado e perceber que precisamos de humildade para crescer.
O sonho do hexa não acabou, apenas foi adiado. A geração que está aí é a melhor geração desde 2006. Temos bons nomes em todas as posições e jogadores jovens no futebol europeu que irão evoluir mais nos próximos anos e chegarão ainda melhores para 2026.
Fabio Sena é administrador de empresas com pós-graduação em Gestão da Produção. Camaçariense com muito orgulho e fanático por futebol. @equipegolfc
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
Leia Também
-
Prazo para motoristas renovarem exame toxicológico segue até 31 de março
-
Caixa paga novo Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 7
-
Jogo do Brasil com a Inglaterra marca início da era Dorival Júnior na seleção
-
Fies 2024: estudantes pré-selecionados já podem complementar a inscrição
-
Camaçari é a quarta cidade com ar mais poluído do Brasil, aponta relatório
-
Caixa paga novo Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 5