No Dia Contra a Homofobia, representantes do GGC cobram respeito e convocam população para se aliar à luta

Nesta segunda-feira, 17 de maio, é celebrado o Dia Internacional Contra a Homofobia, data que marca a retirada da homossexualidade da classificação estatística internacional de doenças pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em entrevista ao Destaque1, o representante do Grupo Gay de Camaçari (GGC), Paulo Costa, afirma que ainda há muitos desafios a serem enfrentados em Camaçari.

“Ainda é uma cidade muito preconceituosa, se parar para analisar. Ainda existe motivo de chacota, de gozação, quando se passa por uma pessoa LGBT na rua, ainda existe uma lacuna no mundo do trabalho, ainda existe uma grande dificuldade de alugar casas, por exemplo”, relata.

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Na avaliação de Paulo, expandir o debate sobre homofobia foi o passo essencial para a criação do GGC. “A gente não podia mais ficar fechado nos nossos grupos conversando sobre homofobia, sobre preconceito, e sim cobrar dos gestores, porque a gestão também tem responsabilidade. Hoje a Sedes [Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania] possui o Soma (Núcleo de Políticas Públicas de Cidadania e Direitos de LGBTQIA+), que é uma forma de auxiliar este público, e isso é o que queremos cada vez mais”, explica.

“A população deve se aliar aos movimentos sociais por uma sociedade mais igualitária. Não deve permitir e achar bonito o espancamento de um gay, de uma lésbica, de um travesti. Não deve incentivar seus filhos a serem machistas, homofóbicos, preconceituosos. O que importa é o ser humano, o caráter, e não a sexualidade da pessoa. A sexualidade da pessoa só diz respeito a ela e seu parceiro”, frisa.

Paulo Costa ainda destaca que homofobia é crime passível de reclusão de dois a cinco anos, assim como o direito de ir e vir é garantido a todos pela Constituição Brasileira.

O assistente social, pedagogo e historiador Paulo Paixão relata que sua vida sempre foi pautada nas políticas públicas sociais e na luta pelas pessoas mais desfavorecidas. “Sou um homem negro, gay, babalorixá e pai de dois filhos que busca o melhor”.

Para ele, a sociedade pode ser aliada no combate à homofobia através do respeito, incentivando-o em outras pessoas. “Essa data de hoje é uma data histórica. Eu participei da fundação do GGC e hoje lutamos diariamente. Infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade homofóbica, e para mim a homofobia é algo que se combate com educação”, enfatiza.

“As pessoas precisam respeitar que somos seres humanos, que merecemos amor, carinho e afeto. Então, sejamos mais solidários e mais amorosos. Essa pandemia também serviu para mostrar que ninguém é melhor do que ninguém”, afirma.

Paulo conta que lida com o preconceito estudando, trabalhando e se esforçando para ocupar os melhores espaços.  “Meu maior orgulho hoje, como pessoa LGBT, é ver as pessoas trabalhando e adentrando todos os espaços. Nós somos muitos e estamos em todos os lugares, e minha alegria é ver as políticas para esse público se expandindo”, ressalta.