O ex-prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (União), classifica como um desrespeito a possibilidade de cancelamento das inscrições no Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), realizadas durante o último ano de sua gestão, entre agosto e novembro de 2024. De acordo com a Secretaria de Habitação (Sehab), pasta responsável pelo cadastro, cerca de 24 mil pessoas foram habilitadas à iniciativa. Em publicação nas redes sociais, nesta terça-feira (25), o político destacou a medida como uma “decisão absurda” e diz que seria uma maldade com a população.
Ao Destaque1, Elinaldo afirma que as inscrições foram realizadas conforme os parâmetros estabelecidos pelo governo federal e defende que o cadastro deve ser mantido. “Querer acabar com o sonho das pessoas, isso é uma maldade total. As pessoas ficaram na fila, se inscreveram, e não ter essas inscrições pelo menos analisadas, e aí usar o Conselho de Habitação pra criar um terror sobre isso de irregularidades”, pontuou o político. O ex-prefeito acredita ainda que a Prefeitura pode recuar, e não cancelar o cadastro.
“Eu até acho que nada disso é verdade, eles vão recuar e não vão fazer essa injustiça com essas quase 24 mil pessoas que foram inscritas”, disparou Elinaldo.
O pronunciamento ocorre após o atual prefeito Luiz Caetano (PT) apontar irregularidades no processo seletivo e solicitar uma auditoria das inscrições. Conforme a edição de 18 de fevereiro do Diário Oficial do Município (DOM), foi publicada uma ata de reunião do Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social de Camaçari (COFMHIS) que opinava pelo cancelamento do cadastro e indicava “inconsistências e falhas no lançamento dos dados” no sistema. O documento, porém, circulou como uma “decisão final”, embora se tratasse de um parecer técnico. Em nota, a Prefeitura de Camaçari informou que ainda não há uma deliberação do caso.
Pré-candidato a deputado estadual, Elinaldo Araújo tem evitado comentar publicamente sobre as ações de Caetano à frente da Prefeitura e diz que é o momento de “descer do palanque”. Ao Destaque1, o político chegou a dizer que avaliações no início da gestão poderiam ser precipitadas, no entanto, as polêmicas envolvendo o “Minha Casa, Minha Vida” o colocaram de volta no debate político.
“Eu tenho me resguardado a não querer estar comentando nenhum tipo de ato da atual gestão, porque eu já fui prefeito e sei como tramitam as coisas, e quero me reservar a não falar, mas tem coisas também que passam dos limites”, declarou.