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Mulheres de Camaçari: professora Cacilda Alves aponta a educação como caminho para igualdade
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Mirelle LimaDe acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Brasil conta com mais de 2,5 milhões de professores. Deste número, cerca de 70% são mulheres.
Licenciada em história, Maria Cacilda Alves, 57 anos, atua como educadora há 35 anos. Atualmente ela é professora do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, mas também já ensinou na Escola Municipal Ilay Garcia Ellery.
Em entrevista ao Destaque1, Cacilda conta que apesar das dificuldades da profissão, se orgulha do que faz. “Na verdade, nunca me imaginei professora, me descobri professora. O gostar veio no processo e hoje tenho a certeza que escolhi o caminho certo, mesmo sendo uma profissão tão desvalorizada nesse país”, explica.
Já o interesse pela história surgiu por ser uma pessoa questionadora. “Acho que foi pela curiosidade que sempre tive. Sempre quis saber os porquês da vida, da existência humana”. A educadora tem duas mulheres de sua vida como inspiração. “Minha mãe, que foi uma lutadora na vida e nunca perdeu a fé e a minha filha que me inspira todos os dias a ser uma pessoa melhor”, revela.
A escola possui um papel fundamental na formação de indivíduos para a sociedade, o que torna necessário um debate sobre diversos temas, além da grade curricular. A professora afirma que sempre procura falar sobre outros assuntos importantes. “Em ciências humanas, a grade curricular nos permite com maior facilidade esse debate. E não tenho problema nenhum em sair da temática da aula programada para fazer uma abordagem de um tema que possa surgir. Tudo é aprendizado”, destaca.
Para ela, é muito significativo falar sobre a desigualdade presente na vida da mulher em sala de aula, o que colabora para a formação de jovens mais responsáveis. “É fundamental. Tenho essa prática em sala de aula, se funcionar com um, já valeu. A capacidade do indivíduo, hoje não se mede pela força física, mas pela sua inteligência, competência e habilidades. Precisamos criar meninos e meninas com as mesmas responsabilidades”, conta.
A educação é o caminho. Através da educação as mulheres têm conseguido chegar a lugares de poder. Só a educação, dará a mulher ferramenta necessária para construir a própria história.
No Dia Internacional da Mulher, Cacilda acredita que é importante celebrar o empoderamento feminino, a igualdade de gênero e a liberdade feminina. “Nesse atual cenário está difícil. Mas, podemos comemorar o crescente empoderamento feminino, mesmo faltando muito para se chegar a um mundo ideal, onde a mulher possa transitar sem medo de ser julgada, por atitudes que fujam dos ‘padrões’ sociais. As mulheres começam a entender que a felicidade só depende dela. Levanto a bandeira feminista não só por ser mulher, mas por entender que a igualdade de direito independe de gênero”, enfatiza.
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Luana Nunes
4 de março de 2020 at 17:08
A educação é, sem dúvida, a principal ferramenta para a mudança dos padrões comportamentais machista e retrógrados, que ainda aflige a humanidade.
Levar para sala de aula temas contemporâneos e polêmicos, tal qual o machismo e o empoderamento feminino, fomenta uma percepção mais humana e igualitária do que significa ser homem e mulher.
Parabéns à professora Cacilda, pelo empenho e contribuição na formação de cidadãos mais conscientes.