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Mulheres de Camaçari: Maryane Meira ecoa a voz feminina através do jornalismo
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Mirelle LimaDe acordo com uma pesquisa realizada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), no Brasil, o jornalismo é composto por 64% de mulheres e 36% de homens. Inserida no número que compõe a maioria dos profissionais da área, Maryane Meira, 30 anos, se descobriu na luta pelas mulheres através da comunicação. Natural de Feira de Santana, ela mora em Camaçari há 8 anos.
Entre livros, corridas e passeios ao shopping, a jornalista combate o machismo do cotidiano, compartilha mensagens de empoderamento nas redes sociais e ainda organiza o próprio bazar compartilhado com as amigas.
Em entrevista ao Destaque1, Maryane conta que escrever é uma paixão, mas que nem sempre pensou em ser jornalista. “Quando iniciei a vida acadêmica eu almejava ser professora, pois acredito muito na educação, além de super valorizar a profissão. Cursei um semestre de história, em Salvador, mas por questões pessoais tive que retornar a minha cidade natal. Em Feira, iniciei o curso de jornalismo, encontrei uma paixão adormecida e pra vida inteira. Adoro escrever e acho que não sei fazer outra coisa além disso”, relata.
Fiel ao que acredita, ela levanta bandeiras como sustentabilidade e feminismo. “Sou muito espontânea, alegre e frenética ao defender ideologias que acredito, também respeito opiniões contrárias. Minhas principais bandeiras são: sustentabilidade, prezo muito pelo cuidado e conservação do meio ambiente; feminismo, acredito na voz feminina, na força e sensibilidade da mulher, além da igualdade de gênero e a moda sustentável”, ressalta.
Foi como jornalista, através da produção de matérias com mulheres, que ela percebeu a importância de lutar pela igualdade. “No jornalismo, vivenciando de perto realidades de mulheres que são poderosíssimas, através da produção de diversas pautas. A partir dessas experiências notei que ao escrever sobre as realidades de mulheres que fazem a diferença seja ela nas diversas esferas de poder, como no artesanato, ou histórias de mulheres anônimas, mas que batalham e conquistam seus sonhos – eu fortaleço a luta delas e lutamos juntas para que haja o reconhecimento e a valorização das nossas mulheres”, destaca.
O patriarcado é foda. É uma raiz difícil de podar radicalmente, ou seja, eliminar de uma vez por todas, mas estamos firmes na luta. Eu busco sempre reverberar as mulheres com histórias de lutas e conquistas, mostrando seu valor como profissional, mãe, amiga e guerreira. Nada mais motivacional e verdadeiro que esses exemplos para que a compreensão da humanidade seja de que nós mulheres merecemos respeito, espaço e valorização. Na verdade, onde eu for o discurso é sempre o mesmo: direitos iguais.
Perguntada sobre a importância de mulheres atuando na comunicação, Maryane enfatiza que a representatividade feminina é essencial, e na comunicação não deve ser diferente.
“Numa escala de 0 a 10 eu diria 1 000. É indiscutível o grau de importância. A atuação da mulher é diferenciada. Temos um olhar mais sensível e mais humano. E hoje a representatividade se faz mais crucial, visto que nossa missão na comunicação também é participar de processo de formação de opiniões e mudar essa concepção de que a mulher não tem habilidade e capacidade de estar ocupando altos cargos ou que não tem voz ativa em locais que são majoritariamente masculinos”, diz.
Para ela, há diversas coisas a se comemorar no Dia Internacional da Mulher, pois atualmente há uma união muito forte. “Muitas evoluções. A primeira é a nova geração de mulheres incansáveis que lutam diariamente pela igualdade. Posso dizer que houve, inclusive, um despertar que impactou o movimento feminista. Hoje há um acolhimento maior entre as mulheres. Tipo: ‘mexeu com uma mexeu com todas’, isso é super verdade. Eu consigo ver na prática uma tropa de mulheres que se lançam à guerra para salvar uma em apuros. Sinto também que há mais parcerias entre nós, que rivalidade de querer ser uma melhor que a outra. A tendência é que esse movimento cresça, se espalhe, e que possamos trazer a redenção para mais mulheres”, enfatiza.
Além da própria história, ela se espelha em mulheres como a avó, amigas, escritoras e artistas. “Minha história me inspira, como também da minha avó que é uma matriarca empoderada. Minhas amigas que impulsionam o movimento juntamente comigo são também minhas inspirações. Para além de tantas mulheres extraordinárias do meu convívio, tenho como inspiração algumas artistas e escritoras: Djamila Ribeiro, Conceição Evaristo, Leandra Leal, Iza, entre outras”, afirma.
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