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Moda plus size deve crescer 10% até o fim de 2020, aponta estudo da ABPS
Os segmentos do vestuário para homens e mulheres gordas no Brasil cresceu 21% nos últimos três anos.
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CriativosAs modelos, roupas e fashion weeks das últimas décadas pouco contemplaram a estética da mulher gorda. Apesar da designer norte-americana Lane Bryant ser considerada a primeira lojista a fornecer roupas plus size ainda no começo dos anos 90, o segmento vem sofrendo há mais de um século com o preconceito e a baixa representatividade nas passarelas globais do mundo da moda.
Por outro lado, o mesmo não se pode dizer da evolução do mercado de consumo “plus size”. Os segmentos do vestuário para homens e mulheres gordas no Brasil cresceu 21% nos últimos três anos, com expectativas de crescimento em torno de 10% para o final de 2020, segundo relatório setorial da Associação Brasil Plus Size (ABPS). Movimentando aproximadamente R$5 bilhões por ano, a nova indústria da moda vem quebrando padrões e ganhando cada vez mais seguidores, lojas, modelos e profissionais.
Esse é o caso da estilista e fashion designer baiana Lourrani Baas. Apesar da paixão pela moda ter construído sua carreira profissional, a estilista conta que passou por diversos obstáculos no início da carreira, como o atraso das tendências e, sobretudo, a discriminação por ser gorda. Na época, Lourrani conta que moda para gordos não existia, sendo comercializadas estampas menos valorizadas, peças antigas, tecidos duros e sem caimento.
“No geral, há uns cinco, dez anos atrás, a sociedade tinha o pensamento de que a mulher, ou o homem gordo não tinha direito de sair por aí bonito, trajando peças fashion. Havia uma repulsa escondida nas pessoas pela nossa própria estética. Pela falta de consumidores, que estavam acuados por esse pensamento discriminatório, o mercado não oferecia tantas opções e modelos, sendo bastante genérico. Tanto é que quando a gente achava uma peça que realmente ficasse boa, comprávamos de várias cores para variar”, afirmou.
Em 2015, Lourrani tornou-se adepta do movimento feminista, empoderamento do corpo, corpo livre e “body positive”. Descobrindo a vertente da moda plus size no mesmo ano, a estilista vislumbrou uma chance verdadeira de trabalhar no segmento, mesmo considerando o feito impossível desde criança. Em sua trajetória no mercado, a fashion designer já atuou como modelo, influenciadora digital e trabalha atualmente como estilista.
Segundo dados da ABPS, as lojas físicas especializadas em moda plus size no Brasil já passam dos 12 mil estabelecimentos, enquanto mais de 600 se encontram no domínio da internet. Lutando por cada vez mais espaço no mercado, a estilista explica que todo caminho percorrido, as pequenas conquistas, novas lojas, modelos e profissionais segmentados já são louváveis. “Ainda estamos no início da trajetória, mas com boas projeções para o futuro”, conclui.
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