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Mês Internacional do Teatro: “A arte é mais que um produto”, diz Miguel Carahyba
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Beatriz SantosAos 22 anos, o ator, performista, diretor, professor e roteirista Miguel Carahyba já é uma persona visada na arte cênica de Camaçari, seja pela arte popular, de rua ou de máscaras. O ator começou a fazer teatro os sete anos ainda na escola e desde então decidiu investir sua vida na arte, mesmo que fosse arriscado.
No início, Miguel gostava apenas dos bastidores, mas com o tempo e inspirações televisivas, ele resolveu dar a cara nos palcos.
Eu gostava de estar por trás, na produção, pelas coxias. Sempre gostei de produzir. Até que um dia eu vi uma atuação de Fernando Montenegro e eu disse ‘é isso aí que eu quero para minha vida, eu quero viver disso.
Aos 12 anos, Carahyba iniciou seu primeiro curso de teatro popular na Cidade do Saber com o ator e diretor Rubem Braga. Essa fase foi o ponta pé para o artista trabalhar profissionalmente na Bufo Companhia de Teatro e logo após fundar a Eros, juntamente com Micael Souza, Tainara Tecia e Felipe Barbosa.
Ao todo, Miguel soma 14 espetáculos desenvolvidos. Entre eles estão Segredo Cigano, Alto da Nossa Senhora da Luz, Solidão Ausência de Si, Sociedade Alternativa, Os Lacrados, Eu Amor, Miúdos, Essência e Prosódia Popular Nordestina Brasileira.
“Dirigido por Micael Souza, Eu Amor foi o espetáculo que mais me marcou. Foi meu primeiro solo. E quando eu paro para pensar nisso, eu penso: ‘caramba é só eu e o público’. Pra mim, Eu Amor foi maravilhoso porque o roteiro tratava de descobertas e isso é incrível.”
Sempre voltada para temáticas polêmicas sociais, as apresentações de rua de Miguel são uma revolução artística. As performances especificamente trazem reflexões sobre abusos, agressões e os mais diversos tipos de preconceitos.
“Para mim a performance é o instigar do outro. A gente não disse que um colar é feio na performance, mas deixamos a dúvida se ele é realmente bonito. E as temáticas são sim arriscadas, as pessoas podem me amar ou me odiar por isso. Mas também é muito bom saber que o público pode interagir, e que o público também se torna o centro da atenção. Pra mim é fantástico”.
O ator frisa que a cidade vive uma era de decadência artística em diversas modalidades e que esse problema merece uma atenção especial.
Apesar de tudo não me vejo sem arte, sem teatro. A arte é movimento, eu sou movimento. Eu me sentiria extremamente vazio sem arte. Eu sempre me pergunto porque não está acontecendo festivais teatrais na cidade. Não é por falta de artistas e nem de nicho. As pessoas têm que começar a entender que a arte é mais que um produto.
Atualmente, Miguel trabalha no Projeto Sarau do Barulho que tem o intuito de levar a arte para dentro de escolas públicas de Camaçari em comunidades com pouco acesso à cultura. “Esse trabalho nasce para que as pessoas entendam que esses espaços de arte também pertencem a elas e elas devem usar e ter direito e condições ao acesso”, conclui.
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