“Lugar de mulher é onde ela quiser”, e na política?, por Laiana França

São muitos os avanços políticos, sociais e legislativos no que se refere aos direitos e garantias das mulheres. Entretanto, ainda há um longo caminho a ser traçado. A política brasileira é de longe o espaço mais carente de gestão e participação feminina. A sub-representação das mulheres no âmbito político do país é uma realidade presente ao longo de toda a história, seja no período colonial, imperial ou na atual República Presidencialista. A nossa parcela continua pequena.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estamos em maior número. Representamos 52,65% do eleitorado brasileiro. Porém, nas eleições de 2018, ocupamos apenas seis vagas no Senado, das 81 ofertadas; na Câmara de Deputados somos 77 dos 513 eleitos, e no Executivo tivemos uma única governadora dos 27 estados brasileiros. Além disso, pela primeira vez em 90 anos de democracia, somente em 2011 uma mulher sentou na cadeira de chefe de Estado do Brasil (não entrarei na veracidade do processo de impeachment). Estamos caminhando… mas ainda é pouco!

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É indiscutível que, para alcançarmos novos direitos e fazer valer os já estabelecidos, precisamos de um corpo político mais igualitário. Dito isso, mulheres, por que insistimos em não votar nas nossas iguais? Por que mantemos a majoritariedade masculina em cenários políticos? Enquanto nós, mulheres, não entendermos que apenas uma semelhante será capaz de entender e lutar pelas nossas questões, continuaremos com políticas ineficientes às nossas necessidades. Permaneceremos excluídas, silenciadas e subjugadas. Política é poder, precisamos alcançá-lo.

Nesta eleição de 2022, temos a oportunidade de mudar esse cenário. Voto também é poder, faça um bom uso do seu. Atualmente temos 22,5% de mulheres na disputa para uma cadeira no Senado, 10.467 candidatas a uma vaga na Câmara dos Deputados, 34 candidatas ao cargo de Governo do Estado, e quatro candidatas para a Presidência. Estamos presenciando uma eleição de extrema importância para o país. Pesquisem, ouçam e analisem os candidatos. As propostas, o conteúdo programático de agenda, o currículo político… Votem em representantes que trabalham pelo crescimento e desenvolvimento do Brasil.

Mulheres, vamos votar em nós?

Laiana França é mercadóloga, pós-graduanda em Gestão Empresarial e estudante de Direito, além de feminista e militante dos direitos humanos.

*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.