Economia
IBGE: com aumento da desigualdade salarial, pretos chegam a ganhar metade dos brancos
Em 2020, um trabalhador preto ganhava em média R$ 1.469, e um branco, R$ 2.892.
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RedaçãoO aumento da desigualdade no rendimento de trabalho na Bahia, em 2020, se refletiu também numa maior desigualdade salarial entre trabalhadores que se declaram brancos, pretos e pardos e entre mulheres e homens.
Conforme a pesquisa de Rendimentos de Todas as Fontes, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) 2020, divulgada hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado, na Bahia, um trabalhador preto ganhava quase a metade de um branco: R$ 1.469 frente a R$ 2.892 (-49,8%). Em 2019, a diferença era significativamente menor, embora ainda bastante alta (-38,3%).
A desigualdade salarial entre pretos e brancos na Bahia, em 2020, só não foi maior do que a verificada em 2017, quando os pretos chegaram a ganhar, em média, 50,4% menos, mas ficou bem próxima do recorde.
Na comparação entre trabalhadores de cor parda e branca, a desigualdade aumentou ainda mais e chegou, em 2020, ao seu ponto máximo na série histórica recente do IBGE, iniciada em 2012. No ano passado, os pardos recebiam, em média, R$ 1.671, 42,2% menos do que os brancos. Em 2019, essa diferença era de -30,5%.
O que ocorreu é que, de 2019 para 2020, embora o rendimento médio real de trabalho tenha aumentado para todos, a variação para cima entre os brancos foi muito maior do que entre pretos e pardos.
Nesse período, o salário médio de um trabalhador branco na Bahia aumentou 30,2%, de R$ 2.221 para R$ 2.892. Entre os pretos, o aumento foi de 7,2%, de R$ 1.370 para R$ 1.469, e entre os pardos, de 8,3%, de R$ 1.543 para R$ 1.671.
A situação foi parecida entre trabalhadores homens e mulheres, embora a desigualdade salarial por sexo na Bahia seja menos profunda do que por cor ou raça.
Em 2020, as mulheres que trabalhavam na Bahia recebiam, em média, R$ 1.591, ou 21,5% menos que os homens, cujo rendimento médio era de R$ 2.027. Essa diferença era de -19,2% em 2019, isso porque, de um ano para o outro, o rendimento médio masculino aumentou mais que o feminino: +15,2% e +12%, respectivamente.
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