Em nota enviada à imprensa nesta quinta-feira (21), o governo municipal acusa o Sindicato dos Servidores Públicos de Camaçari (Sindsec) de prejudicar os atendimentos de saúde no município. A prefeitura argumenta que a entidade teria realizado assembleias em dias seguintes a fins de semana e feriados, o que ocasionaria na falta de assistência à população, diante da “evasão dos profissionais às unidades de saúde”.
De acordo com a gestão de Camaçari, duas unidades de saúde estariam com “funcionamento normal”. “Com a realização de constantes assembleias, todos os serviços da Atenção Básica estão sendo atingidos. Na sede, estão fechadas nove unidades, estão com funcionamento parcial apenas 15, e funcionando normalmente apenas duas unidades”, diz trecho da nota.
Ao Destaque1, o presidente do Sindsec, Edmilson das Dores, atribui o “colapso” dos serviços de saúde em Camaçari à redução do quadro de funcionários e à diminuição da jornada de trabalho dos servidores municipais. “Sabe por que colapsou? Porque demitiu mais da metade dos trabalhadores”, crava o sindicalista. “O que fizeram com o orçamento de R$ 2,4 bilhões, que teve que demitir a população de Camaçari, os trabalhadores de saúde? Agora os trabalhadores que permanecem não estão dando conta dos atendimentos”, declara.
O dirigente sindical pontua que as reivindicações não se limitam às solicitações de recomposição salarial, mas também pela qualidade da saúde municipal. “Quando o trabalhador de saúde para, ele está em assembleia para discutir melhorias na saúde”, reitera. O presidente do sindicato frisa que, apesar das constantes demandas apresentadas pelos servidores, “em oito anos sem revisões [salariais], nunca decretamos uma greve, a gente se reúne para tentar achar saídas”.
Edmilson ainda afirma que a população camaçariense não tem sido contemplada com a oferta de serviços referente às campanhas de conscientização da população feminina e masculina quanto ao câncer de mama, de colo de útero e de próstata. “A gente não pode deixar de lembrar que agora, recentemente, em outubro, não tivemos uma mamografia para a população, não foi disponibilizado pelo secretário de Saúde Luiz Duplat, muito menos pelo prefeito Elinaldo. Estamos em Novembro Azul, e nenhum tipo de exame para o homem. Não bastasse isso, as unidades de saúde estão em tremenda calamidade”, conta o sindicalista.
Leia a nota completa:
Cerca de 5 mil pacientes diários, que fazem uso do sistema de saúde pública municipal, estão sendo prejudicados com as excessivas assembleias públicas realizadas pelo Sindicato dos Servidores Públicos de Camaçari (Sindsec). Sem aviso prévio e realizadas, em sua maioria, sempre após os finais de semana e feriados, a população tem ficado desassistida diante da evasão dos profissionais às unidades de saúde do município.
Com a realização de constantes assembleias, todos os serviços da Atenção Básica estão sendo atingidos. Na sede, estão fechadas nove unidades, estão com funcionamento parcial apenas 15 e funcionando normalmente apenas duas unidades. A situação da costa é similar, com unidades de Saúde da Família (USF) e Básica de Saúde (UBS) em sua maioria fechadas por falta da garantia dos serviços essenciais por parte do sindicato.
Importante ressaltar que a prestação de serviços nos setores cuja paralisação é inadmissível, por exercerem atividades essenciais, a exemplo de atendimentos de saúde, os trabalhos devem estar mantidos, a fim de evitar qualquer prejuízo ao bom funcionamento dos serviços públicos municipais.
A Prefeitura de Camaçari, por meio da Secretaria da Saúde (Sesau), pede a sensibilidade dos dirigentes do Sindsec, a fim de que seja garantido ao cidadão, a melhor alternativa assistencial e um atendimento digno, conforme às necessidades de atenção à saúde.