Futebol brasileiro e os seus dias de luta, por Fabio Sena

“Dias de lutas, dias de glórias”. A famosa frase da canção de um dos maiores cantores do Rock Nacional poderia resumir o cenário do futebol brasileiro, porém, o que vivemos são apenas os dias de lutas; os dias de glórias estão cada vez mais no passado da nossa rica história futebolística.

A crise no sistema de saúde brasileiro provocada pela pandemia da Covid-19 não poupa nada, nem ninguém. Obviamente, essa realidade chegou aos gramados de futebol. Alguns estados que aderiram ao sistema de lockdown paralisaram as atividades esportivas, incluindo as profissionais, como o futebol.

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A polêmica é grande e divide opiniões dentro e fora das quatro linhas. O médico Miguel Nicolelis, considerado um dos vinte maiores cientistas em sua área no começo da década passada pela revista de divulgação para leigos Scientific American, é contrário à continuação dos jogos no Brasil em meio à maior crise sanitária do país.

Ele afirma que “futebol é muito mais do que 22 jogadores em campo. É um evento cultural arraigado na nossa cultura. Então, se o futebol continua, passa a imagem de que tudo está normal. As pessoas passam a se reunir em bares para ver jogos, passam a receber parentes para ver jogos. Fazer churrasco. Basta ver as aglomerações para comemorar os títulos de Palmeiras e Flamengo”.

O técnico Lisca do América também apoia a paralisação da Copa do Brasil. Para ele, um campeonato que envolve todos os estados brasileiros pode ser determinante para a propagação do vírus.

Do lado oposto, o goleiro do Sergipe, Marcão, fez uma declaração forte após o jogo contra Cuiabá. “É muito delicado falar isso. Quem tem um salário alto, está na primeira ou segunda divisão e recebe em dia é muito fácil falar para parar o campeonato. A gente que joga uma série D, tiveram jogadores que no ano passado passaram fome, famílias que passaram fome, se não fosse a ajuda de outras pessoas. Eu sei que é uma situação delicada para o país, lamento pelas mortes que estão acontecendo. A gente torce para que a vacina chegue logo, que possa liberar o público no estádio, mas eu não concordo com a paralisação do campeonato em si”.

Cada um com sua tese, mas todos com duas grandes esperanças: que a vacina chegue logo para todos e que a vida  normal possa se restabelecer.

Alheio às polêmicas e discussões sobre a pandemia versus futebol, a dupla Ba-Vi segue sua trajetória na Copa Nordeste.

O Tricolor fez uma partida quase perfeita, venceu o Sport por 4 a 0 e assumiu a liderança do seu grupo. Nesse início de temporada, as atuações de Rodriguinho vem deixando uma esperança positiva para os torcedores tricolores. A equipe parece ganhar corpo e equilíbrio entre ataque e defesa. No entanto, ainda é cedo para afirmar  isso. É bom aguardar os próximos episódios.

No Vitória, a equipe foi ao Maranhão enfrentar o Sampaio Corrêa e voltou com um empate. A equipe do Sampaio saiu na frente com um gol irregular. Diones, autor do gol, estava em posição de impedimento. O Rubro-Negro empatou com Samuel, o novo xodó da torcida, e depois segurou a pressão do time maranhense.

A cada jogo, os meninos da toca mostram evolução sob o comando de Rodrigo Chagas, que também vem se mostrando bastante estudioso jogo a jogo, compreendendo as limitações do time e traçando metas de acordo com o seu adversário.

A continuação da Copa Nordeste está marcada para a próxima terça-feira, caso não ocorram mudanças ou restrições devido aos sucessivos decretos pelo país.

Fabio Sena é administrador de empresas com pós-graduação em Gestão da Produção. Camaçariense com muito orgulho e fanático por futebol. @equipegolfc

*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.