Saúde
Fatores de risco para câncer colorretal aumentam após os 50 anos, alerta especialista
Segundo a proctologista Glícia Abreu, é preciso ficar atento a sintomas como dor abdominal, perda de peso inexplicável e sangue nas fezes.
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RedaçãoO ex-jogador de futebol Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, de 81 anos, está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para dar sequência ao tratamento do tumor de cólon de intestino. O caso de Pelé chama atenção para uma questão de saúde grave, o câncer colorretal. A doença é tratável e, na maioria dos casos, quando detectado precocemente, curável.
No entanto, é necessário destacar a incidência da doença. No Brasil, estima-se, para cada ano do triênio de 2020-2022, 20.520 casos de câncer de cólon e reto em homens e 20.470 em mulheres, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Esses valores correspondem a um risco estimado de 19,63 casos novos a cada 100 mil homens e 19,03 para cada 100 mil mulheres.
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de cólon e reto em homens é o segundo mais incidente nas regiões Sudeste (28,62/100 mil) e Centro-Oeste (15,40/100 mil). Na região Sul (25,11/100 mil), é o terceiro tumor mais frequente, enquanto nas regiões Nordeste (8,91/100 mil) e Norte (5,27/100 mil) ocupa a quarta posição. Para as mulheres, é o terceiro tipo de tumor mais frequente no Nordeste (10,79/100 mil).
Embora qualquer pessoa possa desenvolver câncer colorretal, vários fatores estão associados a um risco aumentado para essa doença. “Alguns fatores de risco são modificáveis, como dieta, obesidade, falta de atividade física, uso de tabaco e uso moderado a alto de álcool. Embora a modificação desses fatores possa resultar em uma diminuição do risco de CCR, nenhum efeito da modificação é suficiente para reduzir a necessidade de rastreamento”, explica a médica proctologista Glícia Abreu.
A médica salienta que outros fatores de risco não são modificáveis, como idade, história pessoal ou familiar de pólipos colorretais ou CCR, condições hereditárias, como a síndrome de Lynch, história pessoal de doença inflamatória intestinal, origens raciais e étnicas e a presença de diabetes tipo 2.
Segundo Glícia, é importante que as pessoas se atentem para os sintomas sugestivos, como dor abdominal, perda de peso inexplicável, sangue nas fezes e massa palpável no abdômen, que são os sinais de alarme.
A proctologista destaca também um outro aspecto importante. “Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso”, afirma.
O diagnóstico do câncer colorretal é feito geralmente por meio da biópsia de uma lesão existente no colón. Essa biópsia geralmente é feita por meio da colonoscopia. “A chance de desenvolver câncer colorretal aumenta acentuadamente após os 50 anos de idade, com 90% dos novos casos e 94% das mortes associadas ao CCR ocorrendo naqueles indivíduos com mais de 50 anos de idade”, reforça Glícia.
Ela conclui explicando que “o tratamento é feito através da ressecção da lesão, seja por via endoscópica ou cirúrgica. Algumas lesões necessitarão de quimioterapia e radioterapia no pré ou pós-operatório/ressecção”.
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