Entre os dias 4 de julho e 3 de agosto, Salvador receberá a exposição “Lá Vêm Elas!”, um projeto inédito que coloca em evidência a força, a arte e a resistência de mulheres com deficiência. A mostra, que acontece na Casa Rosa, no Rio Vermelho, reúne vídeos artísticos com múltiplas linguagens para refletir sobre acessibilidade, autonomia e inclusão nos espaços culturais e urbanos.
Idealizada pelos estúdios Festum e Folguedo (RJ), a exposição integra o Circuito Funarte de Artes Visuais Marcantonio Vilaça 2023. A curadoria é assinada pela Folguedo e pela jornalista e ativista Lucília Machado, pessoa com deficiência e presidenta da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão da Universidade Federal Fluminense (UFF Acessível), além de coordenadora da Frente Nacional de Mulheres com Deficiência.
O título da mostra nasceu da vivência da própria curadora, que frequentemente ouvia a frase “lá vem ela…” com certo incômodo em reuniões. Com ironia e potência, a exposição ressignifica a expressão como símbolo de protagonismo e afirmação: “Lá Vêm Elas!”, mulheres com deficiência que ocupam os espaços com arte, atitude e voz.
Ao todo, são nove vídeos artísticos que combinam depoimentos e performances, acompanhados de painéis com textos e ilustrações que abordam temas como arte, direitos, saúde, educação, violência, trabalho, direitos das mulheres negras, diversidade e anticapacitismo. A mostra também se destaca pelo cuidado com a acessibilidade: contará com audiodescrição, Libras, legendagem, fonte ampliada e caderno em Braille, garantindo uma experiência inclusiva e democrática para todos os públicos.
Participam da exposição Amanda Lyra (PR), artista musical cadeirante, comunicadora e consultora em acessibilidade digital; Ana do Vale (PB), artista visual com deficiência múltipla, trabalha com diferentes materialidades, trazendo a narrativa do seu corpo e da divergência para sua arte; Carolina Teixeira (RN), artista da performance, mulher que vive intensamente a experiência da deficiência física e autora do livro “Deficiência em Cena”; Daisy Souza (BA), mulher preta e surda, atua com dança, performance e poesia; Kilma Coutinho (PE), artista surda que valoriza as mãos como meio de expressão artística; Moira Braga (RJ), mulher cega, atriz e bailarina, preparadora de elenco das novelas “Todas as Flores” e “Renascer”; e Mona Rikumbi (BA), primeira mulher negra cadeirante a dançar no Theatro Municipal de São Paulo, referência do movimento negro; Kayssa Tiger (PA), musicista autista, multi-instrumentista e premiada guitarrista de Belém.
O projeto dialoga com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente nas áreas de saúde, educação, inclusão, igualdade de gênero e trabalho decente.
A visitação acontece de terça a domingo, das 13h às 19h, e a entrada é gratuita.