Camaçari
Ex-funcionários de empresas satélites da Ford cobram pagamento de indenizações
Primeira audiência para tratar o caso ocorreu hoje na Justiça do Trabalho, em Camaçari.
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Camila São JoséLá se vão um ano e nove meses desde que a Ford fechou as portas da fábrica em Camaçari, e trabalhadores ligados às cinco empresas satélites do complexo ainda não receberam as indenizações. Nesta segunda-feira (24), um grupo de profissionais se concentrou em frente à sede da Justiça do Trabalho, no município, para cobrar novamente os direitos e acompanhar a primeira audiência sobre o caso.
Segundo o grupo, 1.500 trabalhadores ligados à Sian, Magna Cosma, Magna Seating e Teneeco não conseguiram fechar acordo com a montadora para receber as devidas indenizações. As chamadas empresas satélites, responsáveis pela produção, por exemplo, da carroceria, faróis, lanternas, bancos e suspensão, possuem o certificado Q1, que indica serem vinculadas à Ford.
O grupo acusa o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari (STIM) de chegar a um acordo com a Ford e excluir as empresas satélites. Os trabalhadores afirmam terem sido “utilizados como massa de manobra” para que profissionais do Complexo Ford conseguissem os seus pagamentos.
Operador de produção, Sidiney José dos Santos trabalhou por 17 anos na Magna Cosma e afirma que os manifestantes estão “cobrando os mesmos direitos das empresas parceiras”.
Assista:
O presidente do STIM, Júlio Bonfim, afirma que as alegações quanto à falta de assistência do sindicato são falsas. Ao Destaque1, o sindicalista sinalizou que foi a entidade a responsável por ingressar com ação na Justiça, em fevereiro de 2021, solicitando inclusive a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT) na mesa de negociação.
De acordo com Bonfim, a Justiça do Trabalho decidiu que a melhor forma de “startar” o pagamento das indenizações seria dividir os processos entre as empresas de dentro do Complexo, o que também inclui as sistemistas, e as satélites – que funcionavam fora do terreno da fábrica. “O judiciário decidiu que seria feito primeiro com o Complexo”, indicou. “O sindicato queria incluir todas”, falou.
“O negócio é que, na cabeça deles, o sindicato só poderia fechar com os 6.800 trabalhadores do Complexo se fechasse com todos”, afirmou. “Acham que o sindicato manda no judiciário. Entendo que os trabalhadores têm problemas de dinheiro, de dívida, mas essa foi uma decisão da Justiça”.
Júlio Bonfim explica que, no entendimento da Justiça do Trabalho, as empresas satélites, por não seguirem o mesmo padrão de alguns direitos trabalhistas, como abono salarial, participação dos lucros e reajuste salarial, deveriam ter o seu processo julgado separadamente.
O STIM confirma que advogados do sindicato estão acompanhando o caso e à disposição para assistência aos trabalhadores. Ainda conforme a entidade, antes da audiência na Justiça do Trabalho desta segunda-feira, outras quatro reuniões foram realizadas com o grupo de manifestantes.
A audiência realizada hoje contou com a presença de representantes da Ford, das empresas satélites citadas, do Sindicato dos Metalúrgicos e Ministério Público.
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