Estudantes do primeiro ano do ensino fundamental, da Escola Municipal da Fonte da Caixa, em Vila de Abrantes, em Camaçari, receberão premiações durante a 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em Brasília, pela descoberta de 25 corpos celestes através do programa Caça Asteroides do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação do governo federal, em parceria com o International Astronomical Search Collaboration (IASC/Nasa Partner).
Com a monitoria da mãe Camila Moreira, os estudantes mapearam asteroides não identificados anteriormente, que foram para fase de estudo para a avaliação dos riscos que podem apresentar ao planeta. A turma foi convidada a participar de uma cerimônia para entrega das premiações em 9 de novembro, durante a SNCT, que ocorre entre 5 e 10 de novembro. Camila e seu filho representarão a turma no evento.
Além do programa de identificação do corpo celeste, os alunos participaram da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Foram conquistadas cinco medalhas de ouro e uma de bronze no nível 1, que é voltado para alunos entre o primeiro e terceiro ano do ensino fundamental.
Ao todo, cinco meninos e uma menina entre 6 e 9 anos receberam medalhas na OBA. Entre eles está o filho de Camila, Felipe Dias, uma criança autista e superdotada que teve o interesse pelo universo despertado quando tinha 2 anos. “Ele começou a ver vídeos de planetas e virou um hiperfoco. De lá pra cá ele virou um astrônomo amador mirim, sabe muito sobre o universo e ama falar sobre”, destaca.
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Conforme conta a mãe, foi através do acompanhamento diário do filho na escola que os projetos chegaram à sala de aula. De início, Camila solicitou que a escola inscrevesse seu filho na Olimpíada, mas a professora Géssica Almeida pediu que toda a turma participasse. Ao longo de uma jornada de dois meses de aulas sobre astronomia, Camila desenvolveu um trabalho diário com 30 alunos. “As crianças ficaram super eufóricas e maravilhadas de estar participando de um projeto que ajuda a Nasa a proteger o nosso planeta”, relata.
“Esse projeto foi uma verdadeira parceria entre família e escola, promovendo inclusão e desenvolvendo várias habilidades socioemocionais, como trabalho em equipe, paciência e dedicação. Acredito que toda criança é um cientista nato e que estimular essa curiosidade natural é muito gratificante, especialmente para crianças da periferia. Incentivar a pesquisa e o estudo é uma dádiva e pode abrir caminhos para um futuro brilhante”, enfatiza a pedagoga Géssica, que atua na rede municipal há nove anos.
Com o objetivo de popularizar a ciência, o programa Caça Asteroides tem abrangência nacional e internacional, e incentiva jovens a se tornarem “cidadãos cientistas”. O projeto conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (Seduc/MT), além da parceria com a agência espacial estadunidense Nasa. Há pelo menos dois anos, a mãe e o filho participam do projeto.
É a primeira vez, no entanto, que o pequeno cientista participa de uma olimpíada. Apaixonado pelo universo e astros, Felipe diz que se sente animado para realizar novas provas e ficou feliz em conquistar a medalha de ouro.
Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica
Em 2024, a OBA foi recordista em medalhas: foram entregues 81.153 medalhas de ouro, prata e bronze, sendo 39.200 conquistadas por estudantes da rede pública de ensino. Se comparado ao ano anterior, houve um crescimento de 38%.
A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica é realizada pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), com o apoio do CNPq e MCTI, com os deputados federais Tabata Amaral, André Janones, Vitor Lippi, o senador Marcos Pontes, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Paulista (Unip), Centro Universitário Facens e BTG Pactual.
