Camaçari
Estudante acusa fiscal do transporte universitário de constrangimento por ter de levar seu filho no ônibus
O fiscal ameaçou colocá-la para fora do veículo por estar com o bebê.
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Camila São JoséA estudante universitária Brenda Dultra, 21 anos, afirma ter sofrido constrangimento e ter sido humilhada em um ônibus do Transporte Universitário de Camaçari. O caso aconteceu na última quinta-feira (5), no turno da tarde, quando ela utilizou o serviço para ir até a Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador.
Brenda, que é moradora do Dois de Julho e estuda Letras com Inglês, precisou levar o seu filho de nove meses no ônibus R2, que faz o roteiro até a universidade. A jovem relata que nesse dia não poderia faltar a aula e não tinha com quem deixar a criança, então tomou a decisão de levar o bebê.
No último ponto, na região da Famec, Avenida Jorge Amado, quando os fiscais subiram no veículo para conferir as carteirinhas dos estudantes, Brenda confirma que foi humilhada por um dos agentes.
“Eu não tinha com quem deixar o meu filho e não poderia faltar aula por conta disso. Então, decidi levá-lo comigo. Como tratava-se de uma situação atípica, eu já sabia que poderia precisar dialogar com os funcionários a respeito. Chegando lá, o motorista me deixou subir no ônibus e fomos para o último ponto, no qual os fiscais conferem as carteirinhas do roteiro. Acontece que um dos fiscais já chegou gritando comigo, não permitiu que eu falasse e concluísse uma frase sequer”, conta ao Destaque1.
A universitária disse que chegou a ouvir do fiscal que só não a colocaria “pra fora [do ônibus] porque já estamos longe e você não vai conseguir voltar para casa”.
“[O fiscal] ficou falando que eu não deveria levar criança e que o problema era meu se eu não tinha com quem deixar”, relata. “Me senti constrangida e humilhada. Me senti completamente sozinha na situação”, diz.
Brenda afirma ainda que nenhum outro fiscal interveio na ação, e que um outro agente do Transporte Universitário, que estava na escada do ônibus, “estava esticando o pescoço para ver o que estava acontecendo, e ria da situação”.
A jovem mãe fala que os alunos que estavam no ônibus não concordaram com a atitude do fiscal, mas não tiveram coragem para enfrentá-lo.
Um universitário de 18 anos, também aluno da Ufba, estava no veículo no momento do incidente e fala que ficou assustado com a situação. Ele preferiu não se identificar, mas garante que o fiscal não deu nem a oportunidade de Brenda explicar o motivo de ter levado seu filho.
“O pessoal da fiscalização não interage muito com a gente. No máximo, olham nossas carteiras na hora de embarcar. Só que quando é necessária alguma conversa ou algo assim, eles são sempre presunçosos e arrogantes, como se nunca estivessem disponíveis ao diálogo. Se irritam para tirar dúvidas, que inclusive são bem recorrentes, já que os roteiros estão frequentemente bagunçados. Só que o que eu presenciei ontem foi o cúmulo do absurdo, porque o fiscal estava literalmente gritando com a Brenda no ônibus. Eu me assustei na hora”, relata.
“Ele falava: ‘não traga mais não, que isso dá problema. A gente pode ter que parar o ônibus por causa disso’. E nem deixou ela se explicar”, complementa.
Abalada com a situação, Brenda Dultra ainda não relatou o caso na Secretaria dos Serviços Públicos (Sesp), pasta responsável pela gestão do Transporte Universitário.
O Destaque1 entrou em contato com a Sesp na sexta-feira (6), mas até o fechamento desta matéria, hoje (9), não obteve retorno. Caso a pasta retorne, a matéria será atualizada.
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