Política
Em último discurso como presidente da Câmara, Júnior Borges fala em lealdade e afasta rumores de rompimento
“Zelei pelos princípios que me norteiam, que é o princípio do caráter e da lealdade”, assegura o vereador.
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Camila São JoséO vereador Júnior Borges (União) se despediu hoje (15) da presidência da Câmara Municipal de Camaçari, e em seu último discurso na função, se defendeu de acusações, falou em lealdade ao prefeito Elinaldo Araújo (União) e afastou rumores de possível rompimento com o seu grupo político.
Júnior Borges foi presidente da Casa Legislativa no biênio 2021-2022, e agora passa a cadeira para o vereador Flávio Matos (União).
“Nós conseguimos superar praticamente dois anos de mandato. Servi à população como vereador e por dois anos como presidente, foi uma oportunidade que agradeço a todos pela infinita parceria e confiança na condução dos trabalhos legislativos. Fizemos o máximo e tivemos momentos difíceis na Câmara Municipal. Ao assumir a Câmara não tínhamos condição alguma de termos pessoas nos acompanhando no dia a dia aqui no parlamento, que sessões tristes iniciais, sessões todas elas virtuais, porque presenciais não podíamos fazer. A casa do povo, por conta da pandemia de Covid-19, esteve fechada praticamente um ano e meio”, falou.
“Eu não posso, nesse momento [me furtar de dizer], quando praticamente me despeço da condição de presidente desta Casa, mas não me despeço da condição de colegas de vocês. A partir do ano que vem, em 2023, que estarei ao lado de vocês e ao lado do presidente eleito no dia de hoje para que a gente continue trabalhando para levar os benefícios que a nossa população merece e precisa”, complementou.
Em sua fala, ao pontuar trabalhos desenvolvidos em conjunto com a Câmara dos Deputados, a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) e, principalmente, com a Câmara Municipal de Salvador na pessoa do presidente e vice-governador eleito, Geraldo Júnior (MDB), Júnior Borges rebateu críticas e negou mudar de lado.
Os dois pertenciam ao mesmo grupo político, apoiando o ex-candidato a governador ACM Neto (União). No entanto, Geraldo Júnior rompeu a aliança e migrou para a oposição, sendo eleito vice-governador da Bahia na chapa encabeçada por Jerônimo Rodrigues (PT). Diante da relação pública entre os políticos, que se nomeiam “irmãos”, chegou a ser especulada a hipótese de novos arranjos a partir das eleições deste ano.
Ainda no período de pré-campanha, Geraldo Júnior afirmou que traria “Júnior Borges algum dia [para o seu lado], e pode ser um dia bem próximo” (lembre aqui). A relação entre os dois também foi responsável pela condução de Leonardo Borges, filho de Júnior Borges, para o comando do diretório municipal do MDB em Camaçari.
“A oposição sabe, assim como os vereadores dessa Casa sabem, que fui convidado, sim, para fazer parte e integrar o grupo adversário ao qual pertenço, mas fui coerente e acima de tudo respeitei, zelei pelos princípios que me norteiam, que é o princípio do caráter e da lealdade”, confirmou Júnior Borges.
O vereador de Camaçari disse que ao longo desses dois anos tentaram “o tempo todo” estremecer a sua relação de amizade com Geraldo Júnior, com o prefeito Elinaldo Araújo (União) e ACM Neto.
“Até aqui tenho construído a minha vida dessa forma, ainda que tentem denegrir a minha imagem todos os dias em algumas rádios da nossa cidade. Me manterei fiel aos meus princípios, me manterei fiel ao meu Deus e à convicção que tenho que nada, nenhuma ofensa, pode me atingir quando eu me conheço. Se eu me conheço, nenhum ataque consegue me atingir, porque eu me conheço. Nenhum ataque poderá abalar aquilo que construí durante toda a minha vida, e não foi construído no Parlamento, quando aqui cheguei em 2013, foi construído no dia a dia da minha vida e da minha história, de garoto pobre, de homem simples, mas que sabe o dever e sabe o valor da palavra ‘empenhado’. E talvez muitos desavisados, e vou falar aqui como meu amigo Geraldo Júnior, meu irmão: as forças ocultas podem operar, mas quem opera na minha é alguém que não desiste nunca de mim, que é o meu Deus. As forças ocultas podem operar, mas o meu Deus jamais desistiu de mim, e todas as vezes que eu cansei no caminho ele segurou na minha mão e continuou fazendo com que eu continuasse os meus passos”, declarou.
Júnior Borges também destacou a sua relação e parceria com Elinaldo, que apoiou a sua candidatura à presidência da Câmara quando Flávio Matos já pleiteava a função. “Sem nenhum arranhão, em momento algum da história, enquanto eu estive nessa cadeira”, disse ao intitular o prefeito como seu querido amigo, parceiro e líder político.
“Não poderia deixar de enaltecer e agradecer, primeiro a Deus e depois a confiança do prefeito Elinaldo, que teve a mim, de pedir a cada um dos senhores que pudesse acreditar e confiar neste presidente. Jamais terei condições de pagar tamanha gentileza do prefeito Antônio Elinaldo”, pontuou.
O vereador voltou a dizer que tentaram “sabotar” a sua aliança com o prefeito e rebateu críticas. “E olha que tentaram a todo tempo sabotar a nossa relação de amizade e irmandade, mas esqueceram que, além da política, está outra razão dessa relação entre eu e o prefeito Elinaldo. Não existe entre Júnior e Elinaldo relação de submissão, pelo contrário, existe relação de irmandade e lealdade. Essa relação não aconteceu aqui na política, essa relação eu sempre creditei e vou continuar creditando a uma determinação do nosso Deus. A relação que existe entre o presidente Júnior Borges e o prefeito Elinaldo perpassa as questões políticas partidárias e, talvez, aqueles desavisados não compreenderam até hoje essa relação. Na política tudo pode acontecer, mas a relação de lealdade, a relação de irmandade, essa relação não se quebra quando existe acima de tudo em você caráter”, enfatizou.
Júnior Borges ainda disse não tomar como “surpresa” informações “caluniosas e mentirosas” que circularam em redes sociais a seu respeito “ou de falas inconsequentes de pessoas que no mínimo deveriam parar para se olhar, tendo em vista a sua conduta moral”.
“Acho que a resposta veio a galope quando no dia de ontem minhas contas foram aprovadas, ao contrário do que foi propagado aí nesses dois, três dias. Digo mais, que o expediente da suplementação financeira é corriqueiro e normal na administração pública. Agora, falar inverdades e mentiras, isso não é normal, falar inverdades não é normal”, disparou.
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