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Em 2021, proporções de pessoas na pobreza e extrema pobreza atingiram patamares recordes na Bahia
Salvador manteve maior proporção de extremamente pobres entre as capitais.
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RedaçãoEm 2021, tanto na Bahia quanto em Salvador, a pobreza e a extrema pobreza atingiram patamares recordes nos nove anos de série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE, iniciada em 2012. As informações integram a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2021, publicadas hoje (2).
No ano passado, 46,5% da população baiana, ou 6,949 milhões de pessoas, podiam ser consideradas pobres, levando em conta apenas o critério da renda. Elas viviam com um rendimento domiciliar per capita médio inferior a R$ 475 por mês.
Com a quarta maior população em geral dentre as 27 Unidades da Federação, a Bahia tinha, em 2021, o segundo maior número absoluto de pessoas na pobreza, atrás apenas de São Paulo, estado mais populoso do país, onde 8,150 milhões de pessoas podiam ser consideradas pobres, só 17,5% de todos os paulistas.
Entretanto, o percentual de pobres na Bahia (46,5%) era apenas o 11º mais elevado, num ranking liderado por Maranhão (57,5% ou 4,1 milhões de pobres), Alagoas (51,7% ou 1,7 milhão) e Pernambuco (51,0% ou 4,9 milhões).
Frente a 2020, quando a proporção de pessoas em pobreza monetária na Bahia tinha sido a menor da série histórica, 37,5% ou 5,593 milhões em números absolutos; o número de pobres no estado aumentou 24,2%. Isso significou mais 1,356 milhão de pessoas em situação de pobreza em apenas um ano, o maior crescimento desse grupo em toda a série histórica.
Mesmo comparando com 2012, primeiro ano da série e, até então, o recordista em índice de pobreza na Bahia, quando 46% da população do estado, ou 6,632 milhões de pessoas, podiam ser consideradas pobres, houve uma piora do quadro em 2021, com mais 317 mil pobres, num aumento de 4,8%.
A situação foi muito semelhante no município de Salvador. Em 2021, 33,2% dos moradores da capital baiana estavam abaixo da linha da pobreza, o que significa que 937 mil pessoas vivendo com rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 475 por mês.
Quarta capital brasileira em população total, Salvador tinha, no ano passado, o terceiro maior número absoluto de pessoas abaixo da linha da pobreza, abaixo apenas de São Paulo (2,1 milhões, 16,9% da população) e Rio de Janeiro (1,1 milhão, 16,6% da população).
Percentualmente, porém, Salvador caía para a 12ª posição, num ranking liderado por Boa Vista/RR (40,7%, 169 mil pessoas), Rio Branco/AC (39,4%, 165 mil pessoas) e Manaus (38,6%, 870 mil pessoas).
Além de Salvador ter registrado a maior proporção e o maior número absoluto de pobres dos últimos nove anos, desde 2012 houve um crescimento expressivo frente a 2020, de 44,2% ou mais 284 mil pessoas, em situação de pobreza em um ano.
No Brasil como um todo, a proporção de pessoas abaixo da linha da pobreza também cresceu de 2020 para 2021, atingindo seu maior patamar nos nove anos de série histórica da PNAD Contínua. No ano passado, 29,4% da população brasileira, 62,525 milhões de pessoas viviam com rendimento domiciliar per capita menor que R$ 486 por mês. Em 2020, 24,1% estavam em situação de pobreza no país.
Na passagem de 2020 para 2021, a ocorrência de pobreza aumentou em todas as 27 Unidades da Federação. A Bahia teve o terceiro maior aumento absoluto (+1,356 milhão de pessoas), abaixo de São Paulo (+1,523 milhão) e Minas Gerais (+1,450 milhão), mas apenas o 10º crescimento em termos percentuais (+24,2%).
Já entre as capitais, Salvador registrou o maior crescimento absoluto no número de pessoas abaixo da linha de pobreza, entre 2020 e 2021 (+284 mil pobres), seguida por São Paulo/SP (+226 mil pessoas) e Manaus (+192 mil). Percentualmente, a capital baiana teve o quarto maior aumento da pobreza (+44,2%), abaixo de Porto Velho/RR (+61,9%, +74 mil pessoas), Aracaju/SE (+60,4%, +86 mil pessoas) e Campo Grande/MS (+46,7%, +59 mil pessoas).
O Brasil não tem uma linha oficial de pobreza monetária.
Os valores de R$ 475, para Bahia e Salvador, e de R$ 486 para o país como um todo, equivalem a US$ 5,50 por dia em paridade de poder de compra (PPC). Esse é o critério definido pelo Banco Mundial para a linha de pobreza em países de renda média-alta, entre eles o Brasil, e adotado nacionalmente para acompanhamento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Já a linha de extrema pobreza, R$ 164 para a Bahia e Salvador, e R$ 168 para o Brasil como um todo, corresponde a US$ 1,90 por dia em poder de paridade de compra (PPC), critério que também é fixado pelo Banco Mundial.
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