Opinião
Eleições 2022: violência, educação e esperança na Bahia, por Anderson Santos
Cabe agora a ACM Neto e às forças da esperança que buscam a alternância de poder não apenas apontar os erros, mas apresentar um modelo de gestão moderna e eficiente.
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Anderson SantosParte 1 – Breve análise
Toda a Bahia, e em especial a Região Metropolitana de Salvador, se encontra alarmada pelo aumento dos índices de violência que ultimamente têm sido destaque nas manchetes de jornais. Desde a população de comunidades mais carentes, cidadãos de todas as classes e localidades, e até mesmo policiais militares, estão incluídos na notoriamente descontrolada alta de violência e mortes, demonstrando uma total inaptidão do governo estadual para resolver a crise de segurança pública em nosso estado.
O que parece ter eclodido de forma repentina, mesmo aos olhos dos leigos que desconhecem os meandros das estruturas de poder e política, remete à terceira lei de Isaac Newton, a chamada Lei da Ação e Reação, segundo a qual para toda força de ação existe uma força de reação, em sentido contrário. A atual crise da segurança pública é efeito soberano de uma causa, a crise na educação no estado da Bahia.
Aqui não estou falando apenas do atual modelo educacional estrutural, mas do sistema educacional como um todo, este que mantém uma práxis falha, baseada no “matar o tempo” do educando, tornando-o um indivíduo sem condições de criar expectativas, de pensar, tão logo de sonhar e de mudar sua realidade. O que vemos são educadores e educandos frustrados com a política em que estão inseridos, obrigados apenas a cumprir tabela, regras e formalidades documentais, com a angústia de nada poder fazer. Afinal, “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, estando assim todos a serviço da manutenção das atuais formas de poder. Esse modelo de visão educacional que dirige a educação em nosso estado desde 2007 se esquece de que o indivíduo é a base de construção da sociedade. Assim sendo, o que esperar dessa configuração? Qual seria nosso papel social diante desse cenário caótico, opressivo e reprodutor?
Como se não bastasse a Bahia amargar as piores posições no índice do Ideb nos últimos anos, não conseguindo sequer atingir as próprias metas, após a pandemia houve uma total negligência e falta de compromisso com os educandos e profissionais da educação, que ficaram sem uma proposta real e efetiva de educação virtual durante mais de um ano e meio após o começo das medidas restritivas por conta do Covid-19. A repercussão dessa configuração é triste, preocupante e alarmante, haja vista o grande número de evasão escolar e/ou desespero por parte de estudantes que se veem nos anos finais da educação regular.
A educação na Bahia recebeu uma avaliação que virou vergonha nacional com o zero determinado pela Fundação Getúlio Vargas – FGV sobre o ensino a distância, contrastando, contudo, com Salvador, que foi muito bem avaliada, ficando entre as primeiras cidades no quesito educação nas capitais.
Levando em consideração a diferença nas informações apresentadas, fica nítido ao leitor que temos dois projetos diferentes, com resultados também diferenciados, quando o assunto é educação. O modelo que começou a se estabelecer com ACM Neto a partir de 2013 em Salvador, e tem tido continuidade com o atual e sucessor prefeito da capital metropolitana, Bruno Reis, com planejamento, visão a longo prazo e investimento correto, contemplando toda a cadeia da estrutura educacional, é o exemplo a ser seguido e expandido, para que de fato se cumpra o que é necessário. Deve-se levar em conta, de forma substancial, o papel dos profissionais da educação, com seus devidos reconhecimentos, adequação e otimização de estruturas físicas, valorização e investimento de forma ampla em pesquisas e práticas educativas modernas e inovadoras, promovendo oportunidade de resultados reais de crescimento, evolução e reconhecimento da educação pública nos cidadãos e consequentemente na sociedade, fomentando e colhendo bons resultados.
Essa constatação nos dá esperança no futuro, já que ano que vem teremos eleições, e com elas as possibilidades de mudança. É necessário frisar ao caro leitor que a atual crise de segurança pública não surgiu do nada, mas tem sido gestada como um câncer diante da incompetência, insensibilidade e falta de prioridade dos governos do PT na educação nos últimos 15 anos. Assim sendo, os atuais índices de pesquisas (ponto para um próximo artigo) demonstram que o esgotamento político do grupo que dirige a Bahia está sendo refletido na opinião pública.
Cabe agora a ACM Neto e às forças da esperança que buscam a alternância de poder, tão saudável nas democracias, não apenas apontar os erros na segurança pública e na educação, além de em diversas outras áreas de nosso estado, mas apresentar um modelo de gestão moderna, eficiente e que priorize o indivíduo, este que, sendo valorizado e potencializado, pode ser a alavanca de transformação cultural e social na Bahia.
Anderson Santos foi superintendente da STT, secretário de Relações Institucionais e secretário de Esportes de Camaçari. É pedagogo, analista político e presidente do PSC em Camaçari.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
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