Política
“É o futuro que aqui nos une, é a esperança”, declara Alckmin em filiação ao PSB
O ex-governador de São Paulo defendeu a candidatura de Lula e disse que o petista representa a democracia.
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Camila São JoséEx-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) nesta quarta-feira (23) em ato realizado em Brasília. Ele chega à legenda 33 anos após atuação no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O movimento é considerado um grande passo na confirmação do seu nome como vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República.
Durante o seu discurso, ao lembrar a trajetória política, Alckmin afirmou que a política “é a arte do bem comum” e exige coragem, ainda mais no “momento excepcional que o Brasil está vivendo”.
O político pontuou que o país tem dois pesadelos que assombram a população: a violência e a miséria. Pensando em mudar esse cenário, ele decidiu mudar de partido. “Essa é a razão de estarmos aqui no PSB, esse partido da esperança, que tem história: João Mangabeira, Miguel Arraes, o nosso querido Eduardo Campos. Mas, principalmente, tem compromisso com a população”, falou.
Geraldo Alckmin ainda sinalizou que a sua movimentação pode ser encarada com estranheza por eleitores e adversários políticos, já que ele e Lula são adversários políticos históricos, tendo, inclusive, disputado diretamente a Presidência da República em 2006.
“Alguns podem estranhar, eu disputei com o presidente Lula as eleições de 2006, fomos para o segundo turno, mas nunca colocamos em risco a questão democrática, o debate era de outro nível. Nunca se questionou a democracia. Democracia é um valor, um princípio, respeito, e a primeira tarefa nossa é combater a mentira, porque a mentira é o que há de pior para o regime democrático. Aqueles que criticam, desconfiam, agem de maneira displicente em relação ao resultado das eleições, estão na verdade ofendendo a democracia. Aqueles que ameaçam o parlamento estão ameaçando a democracia, aqueles que agridem o Supremo Tribunal Federal estão agredindo a democracia”, rebateu.
“É o futuro que aqui nos une, é a esperança”, cravou. “Por isso me sinto tão feliz de estar aqui no PSB, com companheiras e companheiros, alguns de longas jornadas, que nos reencontramos aqui. Outros que passamos a conhecer agora e que juntos construiremos um novo caminho”, complementou.
O ex-governador de São Paulo ainda defendeu que o momento é de união daqueles que acreditam na democracia e defendem o Brasil. “As bandeiras são importantes, mas tão importantes quanto elas são as mãos que empunham essas bandeiras. Eu vim aqui para somar”, disse.
Alckmin também parabenizou o PSB por decidir apoiar a pré-candidatura de Lula a presidente. “Quero cumprimentar o PSB pela decisão de apoiar o presidente Lula para presidente da República. É ele. Nós temos que ter os olhos abertos para enxergar, a humildade para entender que ele é hoje aquele que melhor reflete, interpreta o sentimento de esperança do povo brasileiro. Aliás, ele representa a própria democracia, porque ele é fruto da democracia. Não chegaria lá do berço humilde que sempre foi se não fosse o processo democrático”, defendeu.
No entanto, ainda não há uma data definida para o lançamento da chapa. A previsão é que o anúncio seja feito em abril.
O mais novo socialista encerrou o seu discurso fazendo uma referência a Mário Covas, também ex-governador de São Paulo, que participou da fundação do PSDB e faleceu em março de 2001.
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