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Dia Internacional da Síndrome de Down: Apae quebra preconceito e auxilia famílias em Camaçari há 29 anos
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Mirelle LimaEm 21 de março é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down, também conhecida como Trissomia do cromossomo 21. Os portadores da Síndrome de Down possuem características físicas e psicológicas singulares, logo, necessitam de cuidados especiais. A Associação de Pais e Amigos de Excepcionais de Camaçari (Apae) atua em Camaçari há 29 anos e atende crianças portadoras da síndrome de diversas idades.
O organismo humano possui 46 cromossomos divididos em 23 pares. No entanto, os portadores de Síndrome de Down, possuem 47 cromossomos, e no cromossomo 21 há três pares e não dois. A trissomia é um acidente genético que ocorre geralmente no momento da concepção e pode ser identificada ainda durante a gravidez.
A Apae é pioneira na área e está presente em mais de dois mil municípios brasileiros com serviços de educação, saúde, assistência social e capacitação para pessoas com necessidades especiais. Em Camaçari, está localizada no bairro Camaçari de Dentro e atualmente, possui 180 alunos matriculados, desse número 20 tem Síndrome de Down.
O professor de Educação Física, Silvio Roberto, 55 anos, explica que o papel da Apae é inserir a pessoa com Síndrome de Down na sociedade. “O papel da Apae é mostrar para a sociedade a importância dessas pessoas que possuem algum tipo de deficiência e que elas são capazes de estarem no mundo do trabalho, na sala de aula e assumindo famílias, queremos dar condições para que essas pessoas não fiquem para trás”, relata.
Silvio ressalta que uma criança com Síndrome de Down necessita de cuidados como qualquer criança, mas com paciência na desenvoltura dos processos. “Primeiramente ela precisa de amor, carinho e respeito. É preciso cuidado como com todas as crianças, porém, sabendo que alguns resultados vão demorar um pouco mais por característica da síndrome”.
A Apae realiza um trabalho de intermediação entre família e criança, para que os pais ou responsáveis estejam aptos a oferecer os cuidados necessários e conviver com as diferenças, para que assim possa fortalecer o carinho e o respeito no ambiente familiar.
Em Camaçari, ainda existem falhas no sistema de inclusão para pessoas com Síndrome de Down e para isso, Silvio afirma que a melhor forma de romper o preconceito é o conhecimento. “Esse é um dos papéis da Apae, levar conhecimento para as pessoas, pois quando temos uma sociedade sem conhecimento ela tende a ferir quem é diferente. Queremos mostrar que a pessoa com Síndrome de Down tem seus direitos e deveres e também possui capacidade para assumir diversos papéis”, enfatiza.
Nubia França, 46 anos, é coordenadora pedagógica da associação e destaca que além das questões pedagógicas da instituição, é preciso que haja a estruturação do psicológico-social na construção pessoal de quem possui Síndrome de Down. “Se não tiver o apoio emocional, nada adianta, ela vai ter dificuldade de se adaptar na escola, no trabalho e de sentir inserido na sociedade. A gente encontra muitos downs que são fechados, pois a família tem vergonha e não levou a nenhum lugar para desenvolver isso, que é uma das funções da nossa instituição”, salienta a coordenadora.
As atividades da Apae são divididas por faixa etária a partir das especificidades pedagógicas de cada criança. Dentre as áreas abrangentes, são ministradas aulas da área de comunicação, lógica e educação física. Além disso, há o serviço de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e atividades integradas em bibliotecas e áreas de esporte.
Ismael Reis é mestre de capoeira e utiliza o esporte como forma de inclusão com as crianças. “A capoeira é um grande instrumento de inclusão pois ela agrega vários fatores como coordenação motora, agilidade, força, resistência e faz com que haja o exercício do raciocínio. Os resultados são diversos, e a partir da capoeira as crianças vão passando para outros esportes”, explica o instrutor.
Uma das mães que conta com o apoio da Apae nos cuidados com a Síndrome de Down, é Marlene Santos, 46 anos, mãe de Ariane Costa, 16 anos. Marlene conta que a descoberta de que a filha possui Síndrome de Down foi muito difícil. “Foi logo no nascimento, o médico me contou e foi algo muito difícil, o pai não queria acreditar e foi um baque para todos nós. Até então a gente só ouvia que a criança com Síndrome de Down é uma criança doente e isso assustava muito. Aos poucos a gente foi se adaptando com a ajuda da Apae, que atende minha filha desde os seus seis meses de idade, hoje eu confio demais nos cuidados que eles tem com Ariane e me ajudam a passar pelo preconceito que há lá fora”, relata a mãe.
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Valdelir Gomes Dos Santos
21 de março de 2019 at 10:40
Parabéns a APAE e todos os seus funcionários pelo excelente trabalho e empenho no desenvolvimento dessas ações fundamental na vida de quem precisa. Os chamados portadores de necessidades especiais, bem como seus familiares que na verdade enfrentam as dificuldades em dobro por infelizmente ainda verem seus filhos serem vistos com olhar diferente por parte da sociedade. Sociedade essa, ainda mal informada.
Licia Mattos Silva
21 de março de 2019 at 13:29
Parabéns APAE Camaçari! Conheço e acompanho o trabalho dos grandes profissionais da APAE Camaçari. Sei da doação de cada um de vcs para o desenvolvimento dos nossos assistidos. Desejo para vcs o que de melhor possa existir no Universo e que continuem sendo esses profissionais que só vcs sabem ser. Abraços carinhosos para vcs e para nossas crianças.
Jaime
21 de março de 2019 at 14:09
Parabéns para a Apae, pois todo resultado e aceitação é fruto do trabalho desempenhado por seus profissionais, principalmente na área da educação física.
Mestre Grandão
22 de março de 2019 at 09:22
Parabéns a todos envolvidos nesse grande trabalho em especial ao Mestre Ismael por levar arte , cultura e esporte através da capoeira.