Política
Dia da Mulher x Representatividade política: em 20 anos, apenas nove vereadoras foram eleitas em Camaçari
O Destaque1 propõe uma reflexão acerca da representatividade feminina na política no município.

Publicado
em
Por
Mirelle Lima
Após 90 anos da conquista do voto feminino no Brasil, a luta pela equidade de gênero na política ainda caminha a passos lentos. Apesar de representarem a maioria do eleitorado nacional, são evidentes as disparidades enfrentadas pelas mulheres que desejam ingressar no mundo político.
Além das dificuldades para se eleger, aquelas que conseguem, são submetidas a diversas situações desiguais, como por exemplo, a construção de um banheiro feminino no Senado Federal, que ocorreu somente em 2016. São situações como esta que levam ao fato de que o Brasil está em nono lugar no ranking sobre direitos políticos das mulheres entre 11 países da América Latina, em estudo promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta terça-feira (8), o Destaque1 propõe uma reflexão acerca da representatividade feminina na política em Camaçari.
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres representam 52,49% dos votantes no Brasil. Em Camaçari, onde há 179.126 pessoas aptas a votar, 54% do eleitorado é feminino, sendo 96.793 mulheres votantes e 82.333 homens.
Apesar disso, nunca houve uma mulher ocupando o cargo de prefeita no município. Já no legislativo, o cenário também é desfavorável no que se refere à representatividade feminina. Segundo levantamento realizado pelo Destaque1, entre 2000 e 2020 somente nove mulheres foram eleitas vereadoras.
No período analisado, o ano de 2004 obteve o melhor percentual de mulheres na Casa Legislativa, com cinco vereadoras. Já o ano de 2016 foi o pior, quando nenhuma mulher foi eleita. Na última eleição, em 2020, o município contava com pouco mais de 150 candidaturas femininas e somente duas mulheres foram escolhidas para ocupar cadeiras na Câmara.
Ano – 2000
No ano de 2000, foram eleitas três mulheres como vereadoras na Câmara Municipal de Camaçari: Maria Del Carmen Lobo Azcona Souza, Maria do Carmo Siqueira e Lucia Eugênia Borges da Silva.
Eleita com 2.840 votos pelo Partido Progressista (PP), Del Carmen foi a mulher mais votada naquele ano.
Maria do Carmo, conhecida como Carmen, a guerreira da saúde, foi eleita aos 58 anos com 1.612 votos pelo PP. Técnica de enfermagem, atuou em prol de melhorias na saúde.

Carmem Siqueira, a “guerreira da saúde”. Foto: Arquivo Câmara
“Há de se considerar que o cenário em termos de promoção da mulher na sociedade era bem menos favorável, e isso explica parte dessa timidez da participação feminina na Câmara. Posso dizer que lutamos conforme as condições e prioridades do momento. Mas os avanços na conquista de espaços para a mulher no ambiente político também foram tímidos”, afirma Carmem.
Eleita pelo Partido da Frente Liberal (PFL), com 1.082 votos, aos 44 anos, Lucia Eugênia, Dra. Eugênia, faleceu em 28 de abril de 2015, por conta de complicações de saúde causadas pela diabetes. A ex-vereadora, que também era médica, ingressou na política em 1988, quando foi eleita pelo Partido dos Trabalhadores (PT) com 32 anos. Em 2000, voltou ao legislativo, desta vez filiada ao PFL. Atuou especialmente na luta por melhorias na área de saúde pública.

Drª Eugênia foi a primeira mulher eleita pelo PT e Del Carmen foi a mulher mais votada em 2000 e 2004. Fotos: Arquivo Câmara e Arquivo pessoal
Ano – 2004
Já em 2004, a Câmara de Camaçari registrou o maior número de mulheres eleitas no período analisado, quando ocuparam cinco cadeiras na Casa Legislativa. Foram eleitas: Maria Del Carmen Lobo Azcona Souza (reeleita), Carmem Siqueira (reeleita), Luiza Costa Maia, Janete Aparecida Araujo e Silva – a mesma Janete Ferreira que já foi titular da Secretaria do Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedes) no primeiro mandato do prefeito Elinaldo Araújo (União) – e Anita de Santana Neves, a Pastora Anita.
Del Carmen foi a mulher mais votada, reeleita com 2.561 votos pelo PP. Já Carmen retornou à Câmara com 2.385 pelo PP.

Pastora Anita foi eleita aos 52 anos para o primeiro mandato. Já Janete também foi titular da Sedes no governo Elinaldo Araújo. Fotos: Jean Vitor e Arquivo pessoal
Eleita aos 52 anos com 1.421 votos pelo PT, Luiza Maia é bacharel em Letras-Espanhol e ingressou na política através do movimento estudantil. Mais tarde, em 2006, ela foi eleita presidente da Câmara, cargo para o qual foi reeleita em 2009. Seus principais projetos foram voltados à políticas públicas para mulheres, e quando presidente foi responsável pela criação da TV Câmara. Luiza foi deputada estadual entre 2011 em 2018, quando se tornou secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado.
“A política não é um espaço que abraça as mulheres, os partidos não têm essa compreensão e as mulheres que vivem numa correria terrível têm dificuldades de preparar-se individualmente para essa disputa desigual. Historicamente a sociedade patriarcal, machista e racista, sempre nos excluiu desse espaço importante, que é onde se decidem as questões da vida de todo mundo e principalmente das mulheres. Hoje somos maioria da população, no entanto, a nossa representação nos espaços de poder e decisões, de forma muito especial nos parlamentos, é uma vergonha, uma tristeza a gente não chega a alcançar nem 15%”, ressalta Luiza.

Luiza Maia foi a segunda mulher a ser presidente da Câmara. Foto: Hyago Cerqueira/Destaque1
Janete Ferreira chegou à Câmara aos 31 anos, pelo Partido Republicano Progressista (PRP) com 1.283 votos e se tornou vice-presidente da Câmara.
Aos 52 anos, Anita de Santana Neves foi eleita com 1.172 votos pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS).
Ano – 2008
Em 2008, o cenário se modificou e apenas duas mulheres conquistaram o cargo de vereadoras em Camaçari. Luiza Maia foi reeleita pelo PT com 3.901 votos.
“A mulher, para entrar na política, tem que estar com muita consciência da dureza que é enfrentar obstáculos, assédios e dificuldades”, enfatiza Maia.
Vale lembrar que entre 1975 e 2022 apenas duas mulheres foram presidentes da Câmara Municipal, Maria Lígia (1983-1985) e Luiza Maia (2008-2010).
“Eu fui vereadora, presidenta da Câmara, deputada por dois mandatos e sei de perto e com muita propriedade o que a gente tem que enfrentar. Além das dificuldades para chegar lá, ainda tem toda uma situação permanente, de desconstrução dos nossos projetos, de piadas, de gozação, de nos ignorar, de nos inviabilizar, de não deixar a gente ter visibilidade. É uma situação muito difícil mas nem por isso as mulheres têm baixado a cabeça e aceitado como normal. Ultimamente em cada eleição tem crescido o número de candidatas, mas ainda é muito pequeno o número de eleitas”, frisa Luiza Maia.
Carmen, a guerreira da saúde, venceu mais um ano, com 2.863 votos pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). “É preciso que as mulheres entendam que só seremos grandes se lutarmos para sermos grandes. E que isso exige entrega pessoal, busca pelo conhecimento e desenvolvimento social e visão estratégica de aglutinação da força do contingente feminino objetivando avanços em todos os campos da sociedade”, declara Carmen.
Ano – 2012
Já em 2012, a presença de mulheres no legislativo reduziu mais ainda, e somente Patricia Santos Oliveira, conhecida como Professora Patrícia, foi eleita, aos 33 anos, pelo PT.
“O número baixo de vereadoras se deve a uma dominação masculina do poder, consequências do machismo presente na sociedade. A mulher é líder em casa, na religião, nas associações de bairro, nos sindicatos, etc. Mas na hora de ser líder com poder de decisão encontra as portas da política lacradas. Para mudar esse cenário rapidamente bastava consertar o sistema de cotas para candidaturas de mulheres que atualmente é uma mentira: hoje tem cotas para candidaturas de mulheres, assim, existe uma obrigatoriedade para nomes de mulheres apenas nas eleições. O que a lei deveria assegurar seria um percentual de 50% de mulheres a serem eleitas”, afirma Patrícia.

Professora Patrícia foi a única mulher eleita em 2012. Foto: Heriks Trabuco/Dicom Câmara
Ano – 2016
O cenário de representatividade feminina na Câmara piorou em 2016, quando nenhuma mulher foi eleita pela população. Naquele ano, Maria de Fátima Almeida de Souza, conhecida como Fafá de Senhorinho (União), com 1.412 votos, e Cristiane Bacelar, 921 votos, ficaram como suplentes.
Fafá de Senhorinho ocupou a cadeira deixada por Falcão, em 2017, quando o vereador foi licenciado para assumir a Secretaria de Agricultura e Pesca. Cristiane Bacelar foi empossada dois anos depois, em 2019, ano no qual Gilvan Souza (PSDB) foi designado para a Secretaria de Turismo.

Fafá de Senhorinho e Cristiane Bacelar estiveram como suplentes na Câmara na legislatura de 2016 a 2020. Fotos: Heriks Trabuco e Hyago Cerqueira/Destaque1
Ano – 2020
Na última eleição, em 2020, duas candidatas venceram a eleição para a Câmara de Vereadores: Fafá de Senhorinho e Angélica Bittencourt Teixeira, conhecida como Professora Angélica (PP).
Eleita aos 59 anos, com 1.191 votos pelo Democratas (DEM), hoje União Brasil. Fafá de Senhorinho é graduada em serviço social, e suas principais bandeiras são o trabalho para melhoria da saúde, integração social e defesa dos direitos da mulher. Na última quarta-feira (2), Fafá tomou posse como titular da Secretaria da Mulher (Semu) e se licenciou do cargo de vereadora.
“Faltam mais mulheres na política, a Câmara precisa de mais mulheres, temos que buscar ações para melhorar essa situação, pois com a mulher no poder, ela vai conseguir lutar por aquilo que todas as mulheres querem, a gente entende as nossas necessidades e precisamos correr atrás”, explica Fafá.

Atualmente, Fafá de Senhorinho é secretária da Mulher de Camaçari. Foto: Patrick Abreu/Destaque1
Sendo assim, Pofessora Angélica, é a única representante feminina na Câmara atualmente. Filiada ao PP, aos 51 anos, com 937 votos, é empresária do ramo educacional. Angélica fundou o Centro Educacional Bittencourt (CEB) e, como vereadora, atua em busca de melhores condições de saúde e educação para a população do município.

Professora Angélica agora é a única representante feminina na Câmara. Foto: Patrick Abreu/Destaque1

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