Opinião
Dia da Mulher: 8 de março não é poético, é político!
Muito além de flores, bombons e presentes, a data é símbolo de resistência.
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Laiana FrançaDesmitificando a data que tradicionalmente é celebrada cheia de flores e romance, a origem do dia que promove a valorização da existência feminina não foi romântica, tampouco poética. O Dia da Mulher é marcado, originalmente, pelo homicídio de 125 operárias, entre 13 e 23 anos, que em 1911 reivindicavam melhorias nas suas condições de trabalho. Entre as reivindicações estavam presentes, por exemplo, o direito ao voto, aumento salarial e redução da carga horária, que variava de 12 a 15 horas diárias.
Trata-se de uma data política, para lembrarmos não apenas das operárias carbonizadas na fábrica de tecelagem, mas também das mulheres mortas pela fogueira da inquisição, das sufragistas que encabeçaram o grito pela igualdade de gênero e por todas que diariamente continuam lutando pelo direito de ser mulher.
Já se passaram pouco mais de um século desde o episódio que promoveu a criação do 8 de março. Desde então, direitos foram alcançados, lugares conquistados e a voz feminina passou a ter maior validação. Contudo, estamos longe de ter uma convivência igualitária entres gêneros, como afirmado pela escritora francesa Simone de Beauvoir. “Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida”.
Ser mulher é estar sempre em estado de vigilância, é ter que cobrar todos os dias os direitos conquistados, viver com a objetivação dos nossos corpos, a diminuição da nossa voz, a desigualdade salarial mesmo exercendo as mesmas funções que os homens, é ser assediada, estuprada, constrangida e diminuída em ambientes sociais, políticos, corporativos, religiosos, acadêmicos… A realidade de ser mulher é dolorosa, mas seguimos firmes diariamente, ecoando a incrível singularidade de ser mulher.
Feliz dia mulheres.
Laiana França é mercadóloga, pós-graduanda em Gestão Empresarial e estudante de Direito, além de feminista e militante dos direitos humanos.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
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