O universo que cativou milhões de brasileiros desde 1952 está de volta, com uma nova história. Plínio Moura, de 35 anos, escritor residente de Camaçari, fará os fãs da obra “O Pequeno Príncipe” matarem a saudade em “O Grande Rei”. O exemplar será lançado neste domingo (30), às 17h, na Livraria Leitura do Salvador Shopping, na capital baiana.

Em entrevista ao Destaque1, o autor explicou que o primeiro contato com o mundo literário criado por Antoine de Saint-Exupéry foi na vida adulta, no primeiro semestre da graduação em Arquitetura. As palavras do francês o surpreenderam. “Fiquei impactado. Eu não esperava encontrar o que encontrei”, enfatiza.
Assista:

Plínio tomou gosto pela escrita na escola, ao criar um grupo de literatura com dois amigos. Mas o que realmente o motivou foi quando um professor de Filosofia colocou um dos poemas que ele escreveu numa prova. “A partir dali eu me senti valorizado. É importante a gente se sentir valorizado. Isso me incentivou. Hoje eu não tenho contato com ele, mas continuo escrevendo. Acho que isso foi um ponto inicial”, ressaltou.
Desde criança, Plínio usou o desenho para materializar seus sentimentos. “Eu acho que é muito importante as pessoas terem uma ferramenta pela qual se expressar. Eu comecei pelo desenho”, explicou o artista.
A ideia de escrever uma história nova sobre um personagem tão conhecido surgiu de forma despretensiosa, numa viagem que o autor fez ao Rio de Janeiro, quando desenhou o Pequeno Príncipe de barba.

Posteriormente, desenhou a resolução de uma cena icônica do livro: O Grande Rei libertando o elefante engolido pela jiboia, que não era um chapéu. Plínio foi incentivado por um amigo a levar a arte adiante, o que resultou em páginas virais no Facebook e Instagram, este último com 45 mil seguidores.
O sucesso o levou, em 2015, a dar mais vida às aquarelas e escrever. No entanto, percebeu que não poderia continuar de onde o primeiro livro parou. De acordo com o autor, o conto se passa antes, durante e depois do livro original.
Entre as diversas aventuras que o livro descreve, a mensagem principal é a dor de vivenciar algo que não é considerado natural. “Essa mensagem é muito delicada. Ela trata sobre algo antinatural, que é o falecimento de uma criança. Isso é tão antinatural que não existe nem nome”, revela.
Veja:

Existem certas referências e semelhanças entre os dois livros. Em vez de um aviador, o protagonista é um arquiteto. A escolha foi justamente inspirada na formação do autor, como Exupéry fez há mais de 80 anos. Parte da história de Moura é expressada em suas aquarelas.

Trata-se, portanto, de uma obra muito pessoal. Existe um pouco de Plínio em cada parágrafo. Suas experiências, como a passagem pela ONG TETO, ajudaram a detalhar as vivências do personagem principal. “Ele [o livro] tem um viés tão pessoal que extrapola o Plínio. Ele vai muito sobre questões comuns a todo mundo, mas que talvez a gente não reflita tanto a respeito”.
Assista:

É de um esboço, numa folha qualquer, que surge uma grande história. “O Grande Rei” reverencia a magnitude de “O Pequeno Príncipe”, mas deve conquistar seu próprio espaço diante do legado deixado por Antoine de Saint-Exupéry. As palavras de Plínio Moura versam como um abraço carinhoso na alma da criança que vive em cada adulto.
