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Curta de ficção científica baiano será exibido gratuitamente online nesta sexta-feira
“Via Láctea” aborda questões raciais por meio da saga de um grupo de alienígenas em meio à pandemia.
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Mirelle LimaAlienígenas chegam à Bahia com o objetivo de dominar o planeta quando, prestes a dar início à missão, têm seus planos impactados por um fenômeno global: a pandemia de Covid-19. O desfecho de Via Láctea, uma ficção científica dirigida pelo ator baiano Thiago Almasy, pode ser conferido a partir das 19h desta sexta-feira (25), quando estreia no canal do artista [acesse aqui] no YouTube, plataforma onde permanece em exibição por sete dias.
Escrito por Almasy e pelo também ator Genário Neto, o filme foi rodado em cinco dias de fevereiro, no Alto do Cabrito, Subúrbio Ferroviário de Salvador, e se propõe a discutir questões sociorraciais. A dupla dá os primeiros passos à frente de uma produção cinematográfica cuja equipe é totalmente baiana e majoritariamente negra. Segundo os roteiristas, o curta-metragem, pensado, escrito e gravado durante a pandemia, chega para agregar ao audiovisual da Bahia.
“É um filme que lida com o fantástico. A ficção científica e a fantasia têm o poder de usar alegorias para refletir a própria condição humana. É um filme que tem muitas provocações”, diz Thiago, que faz uma pequena participação frente às câmeras. “É uma história que aborda o colonizador entrando no corpo do colonizado e experimentando essas subjetividades, as violências atravessadas por aquele corpo”.
Almasy conta ainda que a obra, que tem cerca de 27 minutos, marca sua estreia como diretor, além da amizade de oito anos com Genário Neto, um dos protagonistas do curta. “É a nossa entrada definitiva no audiovisual. Em Salvador, a gente tem uma carência grande, que coloca nós, atores, à espera dos trabalhos chegarem. Agora estamos nos capacitando para contar nossas próprias histórias e perspectivas”, afirma.
Para Genário, atuar em Via Láctea, contudo, foi uma experiência diferente de todas as outras. “Iniciamos de um argumento e fomos desenvolvendo as cenas. Escrever foi um processo rápido, uns quatro dias. Atuar foi complicadíssimo, primeiro porque eu estava fazendo uma coisa que ajudei a construir, depois porque a gente não teve processo de ensaio, preparação, por causa da pandemia. Tentei desapegar um pouco das práticas humanas. Todo o meu movimento interior, de memória e emoção, estava no sentido de que eu precisava pensar em alguma matéria inocente, porque aquele ser luminoso era bem inocente”, explica o ator.
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