Política
COP26: posição do Brasil nas pautas ambientais é “deplorável”, critica Wagner
“Hoje a gente está no lixo. Ninguém nem convida”, reprovou.
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Camila São JoséÀs vésperas da COP26, Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, o senador Jaques Wagner (PT) comentou em entrevista neste sábado (16), na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), que a posição hoje do Brasil em relação às questões ambientais é “deplorável”. O evento acontecerá em Glasgow, no Reino Unido, de 31 de outubro a 12 de novembro, com a presença de representantes de 200 países.
“A posição do Brasil está cada vez mais estigmatizada no mundo inteiro. A questão dessa agenda ambiental, eu gosto de dizer, não é de esquerda nem de direita, é uma agenda de bom senso”, avaliou Wagner que é presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal.
A COP26 vai discutir soluções para controlar as mudanças climáticas, a começar pela redução da emissão de carbono até 2030 para 1,5°C, como foi firmado no Acordo de Paris em 2015. O objetivo é que os países continuem fazendo cortes nas emissões até alcançar a neutralidade em 2050, evitando catástrofes climáticas e o avanço do efeito estufa. “Eu acho que é uma questão de sobrevivência tentar cumprir o Acordo de Paris”, pontuou o senador.
No entanto, Jaques Wagner acredita que o governo Bolsonaro não será capaz de apresentar qualquer proposta diante das ações de desmonte das políticas voltadas ao meio ambiente, as queimadas por todo país e em especial no Pantanal, e o desmatamento da Amazônia.
“O que eu ouço de fora para dentro, dos outros países, é o seguinte: o que a gente sabe é que o Brasil vai para lá para atrapalhar, para não deixar ter o consenso no chamado Artigo 6, que é a regularização do mercado de carbono. Essa é imagem que a gente tem, não adianta ficar pintando de cor de rosa”, criticou Jaques Wagner. “Hoje a gente está no lixo. Ninguém nem convida a gente”, endossou.
Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontam, por exemplo, que o desmatamento bateu recorde na floresta em agosto. Somente naquele mês, uma área de 1.606 km² foi desmatada, o equivalente a cinco vezes o tamanho de Belo Horizonte e 7% maior do que o registrado em agosto de 2020. Além disso, o Imazon constatou que a área com exploração madeireira não autorizada pelos órgãos ambientais correspondeu, pelo menos, a 18 mil campos de futebol em apenas um ano. Somente em território indígena, essa área corresponde a mais de 9 mil campos de futebol.
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