Economia
Contador dá dicas sobre planejamento para pagar contas no início do ano
Para André Luís Barbosa dos Santos, o planejamento deve começar com a primeira parcela do 13º salário.
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RedaçãoPara a maioria dos brasileiros, o ano começou com a preocupação das despesas, como impostos e tributos, a exemplo do IPVA e IPTU, contas das férias, material escolar e outras novas aquisições. No entanto, sem planejamento e organização minuciosos, o descontrole financeiro nesse período pode acarretar uma série de adversidades no orçamento doméstico.
Antes da pandemia, apenas 11% dos brasileiros tinham condições de pagar essas despesas. Ainda assim, 22% admitiam não ter feito nenhum planejamento para cumprir com esses compromissos, segundo levantamento do SPC Brasil com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Com a circulação do novo coronavírus, a situação se agravou para milhares de brasileiros. O mesmo levantamento aponta que 81% das pessoas tiveram que fazer cortes em seus orçamentos para não acumular dívidas.
A sugestão de especialistas para janeiro é listar todos os custos fixos do ano em uma única planilha. Entretanto, o orçamento deve prever também outras eventuais despesas. Para aqueles que precisam se organizar financeiramente, é necessário ter plena consciência dos gastos e renda e, dessa forma, prever com mais segurança quais serão os meses com mais gastos. A partir de então, quitar os débitos com o dinheiro poupado em meses com menos contas a pagar.
O primeiro mês do ano vem sempre acompanhado de boletos e outros débitos, e por isso o planejamento deve começar ainda em dezembro. Fazer um orçamento com previsões de despesas para o início do ano, pontuando as contas já previstas, tende a ser a melhor forma de lidar com esses gastos e aproveitar os outros meses para ficar com os dispêndios mais folgados.
Para André Luís Barbosa dos Santos, contador e presidente do Conselho Regional de Contabilidade da Bahia (CRCBA), o planejamento deve começar com a primeira parcela do 13º salário, que deve ser utilizada para quitar as dívidas de começo de ano. “Esse é um momento ideal para utilizar o dinheiro do 13º, a fim de minimizar os débitos pensando no médio prazo, em que qualquer pessoa terá nas mãos um maior poder de compra, com um menor comprometimento prévio da sua renda mensal”, explica o presidente.
O IPVA e IPTU são dívidas obrigatórias, que devem ser priorizadas. Isto é, “se o valor do desconto do pagamento à vista for superior ao que poderia ganhar com o recurso investido, melhor pagar em uma única parcela. Contudo, a variável disponibilidade financeira precisa ser avaliada. Esse valor teria uma utilidade emergencial no processo dos meses seguintes? A sua renda permitiria esse valor ser poupado sem que não tivesse utilidade prévia? Com essas duas perguntas, já se tem um norte para avaliar que parcelaria se o retorno do investimento fosse maior ou pagaria à vista se fosse o contrário”, destaca André Luís dos Santos.
O início de um novo ano pode significar gastos com matrículas, materiais escolares e uniformes, além das mensalidades, que sofrem reajustes recorrentes. Além disso, há despesas com seguros e licenciamentos de automóveis.
“No início do ano, as despesas precisam ser listadas e analisadas para que seja possível fazer um paralelo com as possíveis receitas. Nesse sentido, é importante decidir as prioridades e postergações de despesas variáveis que não são emergenciais para que as obrigatórias sejam contempladas, evitando, assim, juros. O orçamento é a melhor opção para o controle e sucesso ao lidar com esses gastos obrigatórios”, finaliza André Luís.
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