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Conselho Tutelar de Camaçari alerta que mudanças de comportamento podem ser indicativo de abuso infantil
Hoje é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, e a Bahia contabiliza 23.351 denúncias.
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Melissa DuarteO Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, comemorado hoje (18), não é um dia feliz, tampouco leve. Foi uma data determinada pela Lei 9.970/2000 em memória de Araceli Cabrera, uma menina de oito anos que foi morta, torturada e abusada sexualmente no Espírito Santo. O caso chocou o Brasil em 1973 e terminou com a absolvição dos acusados.
Casos como o de Araceli não deixaram de acontecer. Por isso, diferentes órgãos e a sociedade civil organizada têm lutado contra essa violência. De acordo com o Ministério Público do Estado da Bahia, foram ajuizadas 722 ações penais em relação à violência sexual de crianças e adolescentes em 2020. Já em 2021, foram registradas 6.000 denúncias de violência contra menores pelo Disque 100. Os dados são referentes ao período entre o início do ano e 12 de maio. A violência sexual está presente em 17,5% das 35.000 denúncias de violência contra crianças e adolescentes.
Em Camaçari, segundo o Conselho Tutelar, foram registrados 40 casos em 2020, em sua maioria relacionados a maus-tratos, negligência e conflitos familiares. Ainda de acordo com o órgão, com a pandemia do coronavírus houve uma diminuição nas denúncias, o que não significa que a violência diminuiu, mas que está retida ao âmbito familiar.
Em filmes e séries, o abusador tende a ter uma aparência assustadora, muitas vezes sombria, o que cria a falsa sensação de que é fácil reconhecer alguém com más intenções. Na realidade, porém, trata-se de pessoas comuns, que trabalham, se relacionam em família e convivem na comunidade como um todo. Por isso, é de extrema importância que haja supervisão constante por parte do responsável.
Em entrevista ao Destaque1, o colegiado do Conselho Tutelar do município destacou a importância da sociedade estar atenta aos sinais, grandes ou pequenos.
“Os adultos precisam estar atentos às mudanças de comportamento das crianças e adolescentes à sua volta, qualquer um deles que tenha sofrido uma violência vai apresentar uma mudança, seja ela simples ou brusca”, afirma o conselho.
Mesmo diante das problemáticas, os conselheiros enxergam uma melhora. Segundo os profissionais, a população tem se atentado às diversas campanhas de conscientização e estão denunciando as violações dos direitos. No entanto, ainda é preciso sensibilizar a comunidade, que não deve se omitir.
“Não podemos deixar de afirmar que, quando sabemos que uma criança ou adolescente está tendo seu direito violado e não denunciamos, estamos igualmente violando esse direito. Denunciar é proteger, isso é um dever de todos”, pontua o grupo.
Atualmente, o município conta com dois Conselhos, um localizado na sede e outro na orla. Na equipe da sede são cinco conselheiros, Marcelo Conceição, que também é coordenador, Valdinéia Mota, Monique Souza, Sandra Pereira e Carla de Jesus. Na orla, Edilene Mota, coordenadora, Maria Assis, Mivaldo Reis, Valéria Campos e Elaine Castelo.
Para denunciar há diversos canais disponíveis. O Disque 100 é uma opção nacional, basta passar as informações completas, o sigilo é garantido. Também é possível realizar denúncias através do canais municipais: o telefone do conselho tutelar, (71) 3622-1030, e o WhatsApp (71) 9 9979-5634. Na orla, os contatos podem ser feitos através do WhatsApp (71) 9 9989-7874.
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