Com elevador quebrado, idosa em cadeira de rodas é carregada para ser atendida na Policlínica de Camaçari

Em vídeo enviado ao Destaque1, um morador de Camaçari relata as condições de atendimento na Policlínica do município. Nas imagens é possível ver uma paciente idosa, oncológica e cadeirante, sendo carregada pelo filho e mais uma pessoa para ter acesso ao segundo andar do prédio, onde fica o Centro de Oncologia de Camaçari (Ceonc), para realizar um exame ginecológico, porque o elevador está quebrado. O episódio aconteceu nesta quinta-feira (16).

Para Andre Esmeralda, filho da paciente Esmeralda da Silva, de 77 anos, moradora do Jardim Limoeiro e paciente do Ceonc há seis anos, a situação é revoltante. “Trouxe minha mãe pra realizar um exame ginecológico na unidade e me deparo com o elevador da unidade quebrado. Minha mãe é uma paciente oncológica, faz hemodiálise, e tive que carregar ela com a ajuda de um cidadão até o segundo andar. Isso é um absurdo”, desabafou.

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O filho de dona Esmeralda conta que essa não é a primeira vez que ele precisa usar o elevador e encontra o equipamento quebrado. “Em consultas anteriores me falaram que iam dar um jeito de colocar uma sala no térreo para atender os pacientes cadeirantes, porque o elevador estava quebrado, que conserta o equipamento, mas não demora muito ele volta a quebrar. Só que quando cheguei no local, fui informado que minha mãe seria atendida no segundo andar, que o médico não podia descer, que não tinha nenhuma sala equipada/preparada para atendê-la no térreo”, informou.

“A clínica queria que eu levasse a minha mãe para uma unidade do bairro, para realizar o exame ginecológico, mas disse que não tinha condições, porque ia ter custo com Uber e ela estava sentindo dor e sangrando muito, ela faz hemodiálise e não podia ficar subindo e descendo com ela, pagando Uber de um lado pra outro, aí resolvi subir com ela na cadeira de roda pra fazer o exame dela. E não é só comigo que tá acontecendo isso, são várias pessoas, que não podem atender porque o elevador está quebrado, sempre quebrado, meses quebrado e ninguém resolve”, disse Andre.

No vídeo enviado por Andre, é possível ver o trajeto que ele fez até o consultório e as dificuldades para a paciente chegar ao segundo andar do prédio pelas escadas.

Assista:

O prédio do Ceonc fica situado na Avenida 28 de Setembro (antiga Radial A) e conta com um elevador, que deveria dar acesso ao primeiro e segundo andar.

Procurada pela reportagem do Destaque1, a Secretaria de Saúde (Sesau) informa que o elevador da Policlínica nunca funcionou, mesmo na época em que o local foi inaugurado. O problema, segundo a pasta, é que a rede elétrica do prédio não comporta. A secretaria diz que o edifício foi construído sem a rede elétrica comportar o uso de um elevador.

A Sesau esclarece ainda, que desde que a atual gestão assumiu a pasta tem feito serviços na rede elétrica do prédio para sanar problemas, porém para que o elevador funcione é preciso parar todo o prédio para que seja refeita toda a instalação elétrica. A Sesau diz estar estudando essa troca para resolver de forma definitiva não só o uso do elevador, mas todo e qualquer problema referente à rede elétrica do local.

Ainda esclarecendo o ocorrido sobre o atendimento da idosa no Ceonc, a Sesau diz que foi ofertada à paciente ser atendida por outro profissional médico da mesma especialidade da rede no térreo, mas ela não quis. De acordo com a secretaria, ela só queria ser atendida por esse profissional que estava em outro consultório e no momento não tinha como aquele profissional descer para atendê-la no térreo. Além disso, a pasta afirma que foi sugerida à paciente ser atendida por outro ginecologista da rede em uma unidade com acessibilidade, mas ela também se recusou.

Redação Destaque1

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