‘Camaçari do esporte’: Sofhia Xavier é convocada para Seleção Brasileira de GR Juvenil

No próximo dia 28 de setembro, Camaçari completa 266 anos de emancipação política. Cidade com marca industrial, que também carrega o significado de “planta que chora”, além de múltiplos talentos na cultura e no esporte, a exemplo de Sofhia Silva Xavier. Aos 15 anos, a atleta se tornou a primeira camaçariense a ingressar na Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica – Conjunto Juvenil 24.

Foto: Reprodução

“Em julho, participei do campeonato Brasileiro Juvenil de Ginástica Rítmica, que aconteceu em Manaus. A técnica da seleção juvenil estava neste evento e a convocação veio a partir desse evento”, lembra Sofhia ao Destaque1.

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Atualmente, a jovem reside em Aracaju, onde foi morar quando tinha 12 anos. No entanto, o contato com a GR começou no município, mais especificamente na Cidade do Saber, como conta a mãe, Quitéria Xavier.

“Sofhia começou aos 6 anos. Eu queria que ela fizesse ballet, mas não tinha vaga no momento e me sugeriram a Ginástica Rítmica. Então, resolvemos tentar, e no primeiro dia de aula Sofhia já se apaixonou. Desceu as escadas da Cidade do Saber dizendo que tinha amado. Em duas semanas de aula, a professora Tânia me chamou para conversar e pediu para trocarmos Sofhia de turma por enxergar talento, mas principalmente por ela ser muito esforçada no decorrer das aulas”, comenta.

Sofhia no palco do Teatro Cidade do Saber. Foto: Reprodução

Essa gratidão à técnica, Tânia Mara Magalhães é enaltecida também por Sofhia. A professora é CEO da Associação de Ginástica Rítmica da Bahia (AGIRB). “Eu conheci a Ginástica Rítmica através de Tânia. A equipe AGIRB foi minha segunda família por muito tempo. Tânia sempre buscou o melhor para a equipe e foi fundamental nos meus primeiros passos na GR”, afirma a atleta.

Treinando no CTETA, em Sergipe, Sofhia já tem os próximos passos à vista: disputar a Gymnasiade, evento multiesportivo organizado pela Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF), bem como o Campeonato Sul-Americano de Ginástica Rítmica. Questionada sobre as Olimpíadas de 2028, que ocorrerá em Los Angeles, na Califórnia, com abertura prevista para 14 de julho, a camaçariense usa da fé para reiterar que é um ‘sonho’, irá se esforçar para estar lá, mas acredita que “tudo tem seu tempo certo” para acontecer.

“É meu grande sonho, se não a de 2028 mas as próximas que vão vir. Vou continuar treinando com muita dedicação, coragem e fé. Está nas mãos de Deus, ele conhece o meu propósito”, projeta.

E por falar em Olimpíadas, Sofhia destacou que sua maior inspiração é a amiga e ginasta, Victória Borges, natural de Aracaju. Neste ano, ela foi uma das esportistas que ascendeu o nome do país, na modalidade em conjunto, quase conquistando o pódio. Sofhia fez uma breve análise sobre o desempenho das meninas, definido como “gigante”.

“No geral, foi uma Olimpíada ‘GIGANTE’. Digo, principalmente pelo fato de ter sido a primeira Olimpíada onde o número de mulheres foi exatamente o mesmo que o de homens, e para a Ginástica Rítmica foi um momento grandioso. Chegamos nas Olimpíadas com muita esperança de medalhas, o que aconteceu com o conjunto foi uma fatalidade, mas as meninas deram um exemplo de garra e espírito olímpico, tenho muito orgulho de ter sido representada por elas”, avalia.

No que diz respeito ao balanço de 2024. Além de ingressar na Seleção Brasileira, a ginasta também participou da primeira competição à nível internacional.

Fotos: Reprodução

“Este ano, tive a oportunidade de participar do meu terceiro estágio de treinamento na Bulgária, onde também competi internacionalmente pela primeira vez. Fiquei em segundo lugar no aparelho bola e em terceiro nas maças. Além disso, tive o privilégio de assistir à Copa do Mundo de Ginástica Rítmica, uma experiência inesquecível e inspiradora. Recentemente, também participei do Campeonato Brasileiro Juvenil e conquistei o 15º lugar geral, competindo com mais de 70 ginastas”, celebra.

Fotos: Reprodução

Por fim, Xavier deixa uma mensagem aos conterrâneos.

“Continuem acreditando no poder transformador do esporte! Apoiem sua família, seus amigos, as vezes tudo o que a gente precisa é de incentivo”, finaliza.

Ouça:

*A matéria abre a série de reportagens, que serão publicadas ao longo do mês, todas às quintas-feiras, e visam homenagear Camaçari por meio da sua pluralidade de artistas e atletas, bem como pelo fomento ao desenvolvimento social.*

Foto: Reprodução

GR

A ginástica rítmica começou a ser praticada desde o final da Primeira Guerra Mundial. No entanto, não possuía regras específicas nem um nome determinado. Várias escolas inovavam os exercícios tradicionais, misturando-os com música. Em 1946, na Rússia, surge o termo “rítmica”, em virtude da união das nuances da música e da dança durante a execução de movimentos.

Em solos brasileiros, a modalidade foi introduzida pela professora Ilona Peuker, da Hungria, que chegou na cidade do Rio de Janeiro na década de 1950, quando ministrou vários cursos para profissionais da educação. Essa formadora criou a primeira equipe competitiva de GR, chamada de Grupo Unido de Ginastas (GUG). O grupo alcançou grande sucesso devido à experiência e participação ativa da ginasta.

No país, a história da GR tem nomes como Daiane dos Santos e Jade. Na nova geração, ganham destaque Flávia Saraiva e Rebeca Andrade, esta última consagrada a maior medalhista da história do Brasil, em meio ao desempenho obtido nas Olimpíadas de 2024, em Paris. A ginasta voltou para casa com quatro medalhas conquistadas na capital francesa, sendo uma de ouro, duas de pratas e uma de bronze.

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