Todos que gostam de campanhas eleitorais e estão fissurados em fazer uma campanha inovadora e de baixo custo já estão começando a usar a funcionalidade do WhatsApp chamada de lista de transmissão, mas nem todos compreendem as formas de usar a ferramenta e o risco que é para campanha.
As candidatas por não saberem o que compartilhar, acabam compartilhando tudo que chega para elas e os conteúdos que não são relevantes para seus eleitores só servem para encher a memória dos smartphones de forma que os receptores consideram totalmente inconveniente e invasivo. Logo, oriento que é preciso muito cuidado para não dá um tiro no próprio pé, por não saber usar a tecnologia na sua campanha para relacionar-se com suas eleitoras. Cuidado para não ser bloqueada.
Em uma campanha eleitoral, a lista de transmissão não deve ser usada como uma via de mão única, onde a candidata que só envia uma porrada de conteúdo irá acabar desgastando um relacionamento. O que poderia garantir influenciadores que serão muito benéficos para combater as fake news em rodas de conversas ou no ambiente digital. Tem que ter planejamento estratégico para usar sua lista de transmissão.
A primeira atitude para esse planejamento está em decidir o que enviar, o número de vezes, a veracidade e em quais formatos irão ser criados os conteúdos. Não se deve de forma alguma enviar a mensagem em apenas um formato. É preciso variar, pois o WhatsApp permite enviar inúmeros formatos de arquivo para suas eleitoras, seja foto, vídeo, áudio, texto, links, GIFs, entre outros. Aí, logo vem as inconveniências praticadas por muitas candidatas, que é o envio de uma avalanche de mensagens e na maioria das vezes sempre são vídeos super pesados e que consomem boa parte dos dados móveis, tem candidata que perde totalmente a credibilidade de suas eleitoras devido as fake news, que são desmentidas de forma coerente por seus opositores.
É preciso cautela ao se relacionar com suas eleitoras no WhatsApp e uma forma bem legal é depois de um tempo enviando conteúdos, usar sua própria lista de transmissão, para enviar links de pesquisa. Com a pesquisa você poderá descobrir qual tipo de conteúdo elas gostam de receber, com que frequência, em quais formatos e agrupar seus eleitores, por interesse, para harmonizar o relacionamento estrategicamente.
Como disse, são inúmeras as formas para manter o contato com suas eleitoras usando a lista de transmissão e a principal delas é criar banco de dados e alimentá-lo de informações geradas por links de pesquisa. Além de permitir com que a própria eleitora interaja com a candidata, para que ele tenha noções territoriais e consiga comunicar, segmentar os públicos por idade, gênero, bairro, intenção de voto e criar conteúdos específicos para cada público em busca de aumentar o engajamento.
Imagine, uma candidata tem um projeto para as mulheres, mas que sofre muita resistência entre os homens, e ela para evitar o desgaste entre os eleitores usa seu banco de dados e fala apenas com as mulheres, do bairro que quiser. E se for um conteúdo para atrair apenas as eleitoras da oposição?
Ter uma lista de transmissão atrelada a um banco de dados deixa qualquer candidatura mais forte, pois traz informações que seriam caras para serem coletadas, já que da forma tradicional é impossível aplicar uma pesquisa semanalmente para acompanhar o comportamento da população ou aprofundar um determinado tema. Mas, com a lista de transmissão a candidata terá acesso a essas informações a custo zero.
Pense, a candidata está sem recursos e precisa saber quais são as demandas da população ou a candidata de situação precisa avaliar os desgastes da sua gestão e definir suas prioridade com o objetivo de restaurar sua imagem, ou a candidata de oposição irá usar as informações enviadas a seu favor para dar voz ao povo e desgastar os seus opositores. Ou seja, o WhatsApp serve para ambos os lados e quem souber usá-lo verá seu resultado positivo nas urnas.
Entretanto, construir uma lista de transmissão forte e usar de forma estratégica, não é nada fácil. Mas, é possível com planejamento, antecipação e profissionais de comunicação, pois não é impossível criar um relacionamento com engajamento através da lista de transmissão.
Ter uma equipe que dê resultado é investimento que tem o retorno garantido, principalmente na questão de custo e benefício. Não adianta tentar montar uma lista de transmissão apenas para ficar mandando os santinhos todos os dias, as eleitoras querem vídeos editados, fotos com qualidade, discursos sem gagueiras ou contradições. Enfim, o resultado de tudo que foi dito depende do capital intelectual de cada campanha, pois o maior desafio é ativar a lista de transmissão, o WhatsApp pode considerar seu conteúdo como spam e banir seu número e só os contatos ativos na lista vão receber suas mensagens.
Kleven Soares é formado em Marketing pela UNIFACS, analista de estratégias políticas e CEO da Agência Ascom – Marketing Político.
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