A Copa América acabou e consagrou a Argentina como campeã. O fim de um jejum de 28 anos foi comemorado pela sua torcida como um campeonato mundial. Além disso, o futebol fez justiça ao maior jogador de futebol deste século, Messi. O craque argentino, tantas vezes criticado nas finais em que acabou perdendo, pôde, enfim, se sagrar campeão com a sua seleção.
Nos últimos 28 anos a Argentina teve várias boas gerações, com craques como Riquelme, Tévez, D’Alessandro, Aymar, entre outros. No entanto, nem assim conseguiu sair da fila. Agora, com uma geração modesta, veio a tão sonhada conquista.
Vale lembrar aos mais supersticiosos que essa foi a primeira competição após a morte de Maradona. Para os mais fanáticos, é o início de um novo ciclo de conquistas.
A verdade é que Messi, apesar dos 34 anos, segue jogando em alto nível e com a mesma ambição de um jovem em início de carreira. A qualidade do craque faz com que jogadores com menor brilho e qualidade cresçam jogando ao lado do gênio. Essas são as razões para não duvidar da Argentina enquanto o ET Messi ainda atuar com a seleção. Porém, é importante ressaltar que os bastidores da Associação de Futebol da Argentina são tão conturbados quanto os da CBF. Se quiser sonhar com voos maiores, é preciso reestruturar o modelo de como o futebol é tratado por lá.
Do lado brasileiro, as lições da derrota têm uma lista grande. A começar pelo treinador: já não seria a hora de uma mudança no comando técnico, com uma oportunidade para um treinador europeu? Esse questionamento ganhou força devido ao pouco futebol desenvolvido pela nossa seleção durante a competição continental e aos bons trabalhos realizados por Jorge Jesus no Flamengo e Abel no Palmeiras.
Durante a Copa América, vimos o esboço de um time que não tem variação nas jogadas, transição lenta e a enorme dependência de um jogador.
Neymar foi o centro da atenção dos adversários. Porém, os espaços que sobram não foram aproveitados pelos seus companheiros, que pareciam apenas coadjuvantes e, muitas vezes, espectadores da genialidade de Neymar.
Tite erra ao insistir em alguns jogadores e parece não aceitar que jovens promissores como Gerson já deveriam ocupar um lugar de destaque com a amarelinha.
A Copa do Mundo será em novembro de 2022. Até lá, se não acontecer grandes transformações na estrutura técnica e administrativa da CBF, nossas chances de voltarmos a ser campeões mundiais serão menores do que a ambição do torcedor pelo hexa. O futebol mudou, mostrando que não se fazem mais campeões apenas com o “peso” da camisa.
Fabio Sena é administrador de empresas com pós-graduação em Gestão da Produção. Camaçariense com muito orgulho e fanático por futebol. @equipegolfc
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