O presidente da Câmara de Camaçari, vereador Flávio Matos (União), suspendeu a sessão ordinária desta terça-feira (28) ao alegar que os populares presentes no plenário estavam causando desordem. Situação ocorreu após os vereadores de oposição Tagner Cerqueira (PT) e Dentinho do Sindicato (PT) apresentarem um requerimento para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as supostas acusações de cobrança de propina por parte da Prefeitura de Camaçari para instalação da fábrica de produtos de limpeza Dragão.


No último domingo, circulou nas redes sociais um áudio do prefeito de Mata de São João, Bira da Barraca (União), no qual acusava o município de Camaçari de cobrar propina para implementação da unidade fabril. Em nota, o político falou que se tratava de um mal-entendido e que suas palavras foram “mal interpretadas”. Depois da menção do requerimento na Câmara, a sessão, que mais tarde seria encerrada por conta das falas de populares, foi suspensa por cinco minutos.
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Durante os assuntos gerais, na fala da vereadora Professora Angélica (Progressistas), o presidente da Casa alertou três vezes os presentes sobre as interrupções no pronunciamento da parlamentar, que teceu críticas à gestão de Jerônimo Rodrigues (PT). Já o vereador Dudu do Povo (União) falou que assinaria uma CPI para “tentar entender quem pediu documento e quem tem processo, quem pegou dinheiro da população”, e afirmou que “quem foi preso com dinheiro na caixa de sapato hoje deveria cantar de galo”.
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A sessão foi suspensa antes que os vereadores de oposição se pronunciassem sobre o assunto. Em frente à Câmara, Tagner, apoiadores e pré-candidatos despejaram água sanitária da marca Dragão e disseram que o presidente “fugiu do Dragão”.

“Essa empresa Dragão poderia empregar mais de 200 pais de família se estivesse em Camaçari, e é preciso investigar, porque quem falou não foi ninguém do PT, não, quem falou foi um prefeito do mesmo partido do prefeito de Camaçari, o prefeito de Mata de São João, que essa empresa não veio para Camaçari porque alguém da Prefeitura pediu propina. Tem que apurar, tem que investigar, isso é um absurdo!”, bradou Tagner.
O pré-candidato a vereador e professor Márcio Neves (PT) afirmou que é preciso descobrir quem teria pedido propina. “A pergunta que não quer calar: quem foi que pediu a propina?”, indagou.
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Em nota, a Prefeitura de Camaçari negou a existência de qualquer negociação com a empresa. “Após levantamento dos dados perante todas as pastas do município, restou confirmada a inexistência de qualquer processo ou mesmo tratativa entre os gestores das diversas secretarias do governo e representantes da empresa”, diz a nota.