Política
Ao aprovar PL de enfrentamento à violência política de gênero, Professora Angélica cobra justiça para seu caso
“A Professora Angélica não vai descansar, não vai ficar apenas com a medida protetiva”, cravou.
Publicado
em
Por
Camila São JoséVítima de violência política na Câmara Municipal de Camaçari, a vereadora Professora Angélica (PP) conseguiu a aprovação do projeto de lei nº 033/2022, que institui o Dia de Enfrentamento à Violência Política Contra as Mulheres no município.
A matéria foi aprovada na sessão de hoje (8), em segunda votação e discussão. Agora o documento seguirá para sanção do prefeito Elinaldo Araújo (União).
“Esse tema eu me emociono muito ao falar, porque eu falo com propriedade, porque eu passei aqui na Casa, muitos sabem disso”, pontuou Professora Angélica ao relembrar o episódio envolvendo o vereador Dentinho do Sindicato (PT).
Em julho deste ano, a vereadora acusou o ex-colega de bancada de racismo e assédio moral. Professora Angélica confirmou ter sido perseguida e chantageada pelo petista (saiba mais). Segundo a parlamentar, os atos começaram logo após a sua ida para a base do governo, diante do rompimento do Progressistas com o governador Rui Costa (PT).
A vereadora celebrou a aprovação do PL e lembrou que já há uma lei federal, de nº 14.192, que estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher durante as eleições e no exercício de seus direitos políticos e de suas funções públicas.
“Eu quero dizer a vocês que hoje tem lei que nos protege. Muitas mulheres têm me ligado, me questionado, ‘professora, e aí, como ficou?’, ‘o que foi, que lei, o que foi que a Justiça fez?’. Então, digo a vocês que hoje nós temos. Essa lei diz que, se isso acontecer, a lei hoje reconhece que é crime contra nós, mulheres, sermos assediadas, constrangidas, humilhadas, perseguidas, ameaçadas por qualquer meio, por candidato a cargo eletivo ou detentor de mandato”, pontuou.
“Essa lei diz que, se isso acontecer, é passível de punição, de um ano a quatro anos, e até hoje eu só consegui uma medida protetiva. Imagine, eu que tenho mandato. Imagine o que as mulheres não passam”, reiterou.
Em seu discurso, Professora Angélica ainda se dirigiu às mulheres que trabalham na política e àquelas que desejam ingressar, e cobrou justiça para o seu caso.
“Eu digo para essas mulheres, muitas querem desistir da carreira política, querem desistir por ouvir algo que aconteceu, por ver as cenas. As imagens aí provam o que aconteceu. Que não desistam, porque eu estou aqui para fazer valer a lei. Eu não sou a primeira nem vou ser a última, mas eu digo a vocês que a lei tem que ser cumprida, nem que seja a primeira aqui no município a ser cumprida, mas a Professora Angélica não vai descansar, não vai ficar apenas com a medida protetiva. Nós vamos em frente”, falou.
Atualmente a única mulher vereadora na Câmara de Camaçari, Professora Angélica reforçou a posição de igualdade com os demais colegas. “Aqui não tem lugar nenhum que diga que o homem é mais inteligente do que as mulheres. Nós temos os mesmos espaços, nós brigamos pelas mesmas coisas aqui nessa Casa, é fazer lei para ajudar o nosso povo”, disse.
“Dói na minha pele até hoje, eu me emociono muito, mas eu sei que a justiça será feita, porque não vai ficar em vão”, declarou.
Leia Também
-
Atualização da Lei Orgânica de Camaçari será pautada em audiência pública nesta quinta
-
“Estou abrindo caminhos para que outras mulheres possam estar inseridas na política”, diz Angélica
-
Dentinho apresenta PL para que funcionários de creches e escolas tenham treinamento de desengasgo
-
Câmara aprova aumento do número de vereadores de Camaçari para 23
-
“Uma mulher guerreira”, enaltece Jamessom ao afirmar que Professora Angélica será vice de Flávio
-
“Vai ser uma disputa histórica”, declara Helder ao manifestar apoio a Professora Angélica para vice de Flávio