Esporte
Alysson Fernando: uma história de superação através do mergulho adaptado e paraquedismo
Alysson viu nas modalidades esportivas a chance de realizar um sonho.
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Sonilton SantosNascido em Salvador, Alysson Fernando, viu nos esportes uma solução para superar seus obstáculos. Aposentado, deficiente físico e praticante de esportes de aventura, como, mergulho adaptado e paraquedismo, encontrou nas modalidades esportivas a chance de realizar um sonho, viver a adrenalina e enfrentar as dificuldades da deficiência.
Alysson veio morar em Camaçari com sua família quando tinha apenas um ano de idade, atualmente mora no bairro da Gleba A. Aos oito anos, foi diagnosticado com distrofia muscular, doença genética que causa fraqueza progressiva e perda da massa muscular. Ele recorda que um dos momentos mais difíceis da sua vida e de sua família foi quando o médico disse que viveria até os 30 anos idade. “Foi um baque muito grande para mim e para o meu pai”, relata.
Hoje, aos 43 anos, Alysson lembra como foi nascer com a deficiência e as dificuldades do início até a adolescência. “Meus primeiros passos foram com muitas dificuldades, assim meus pais desconfiaram e começaram a me levar em médicos e mais médicos. Assim os médicos passaram botas ortopédicas para eu usar e nisso, eu ainda andei até meus 12 a 13 anos de idade”.
Contudo, isso não foi motivo para fazê-lo desanimar, se entregar nem desistir. Tudo mudou com a chegada e a prática do esporte. “Eu já tinha um sonho de mergulhar, e aí um dia vi a reportagem de um avião da Esquadrilha Textor Air Show, que infelizmente caiu no Farol da Barra. Na reportagem tinha o nome da empresa, Submerso, que iria fazer a retirada dos destroços do avião do fundo do mar. E fui pesquisar na internet o contato dessa empresa, e aí liguei para eles perguntando se eles faziam o mergulho adaptado. Aí o Robson, o dono da Submerso respondeu que não fazia porque eles não eram credenciados. Começamos a conversar via internet e assim ele me convidou para conhecer a empresa que hoje fica localizada no Porto da Barra. E aí eu fui, conheci e conversando pessoalmente com o Robson, ele virou para mim e disse: ‘vou tomar o curso de mergulho adaptado, vou me certificar e volto para realizar seu sonho’. Assim, ele foi para o Rio de Janeiro, passou três meses tomando o curso e quando ele voltou, ele me chamou para fazer o mergulho e hoje o mergulho para mim é a minha vida”, lembra.
Depois disso, Alysson Fernando conseguiu realizar o seu sonho fazendo o primeiro mergulho em 2016, no Porto da Barra, em Salvador. A partir daí continuou praticando o mergulho, algo que trouxe benefícios para além da saúde. “Hoje me sinto bem melhor porque o mergulho ele já serve de hidroterapia para mim e fiquei mais conhecido também”, afirma.
Durante todos esses anos praticando esportes, trocando e conhecendo pessoas, o esportista acredita que ainda falta visibilidade para os atletas portadores de deficiência, principalmente nas modalidades de aventura. “Hoje as dificuldades são do próprio governo do nosso país por não apoiarem as pessoas PCD´s no mundo dos esportes”.
No entanto, isso não o impede de continuar praticando aquilo que mais gosta. “Significa tudo, porque é isso que me faz bem”, declara. “Me ajuda no meu dia a dia, me deixando muito bem melhor para enfrentar o dia seguinte”, complementa.
Motivado pela fé, Alysson nunca pensou em se entregar, e deixa uma mensagem para quem vive ou está passando por esse processo. “É ter fé em Deus, isso é a chave de tudo”.