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Altos índices de intolerância religiosa ameaçam atividades em terreiros baianos
Em Salvador as denúncias por intolerância cresceram 81% em 2019.
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CriativosA pluralidade religiosa de crenças encontrada no Brasil , como a Umbanda, Candomblé, Espiritismo, Evangelismo, Judaísmo e Catolicismo , contrasta com a intolerância ainda crescente entre adeptos e não adeptos. Embora seja considerada inviolável a liberdade de crença pela Constituição Federal de 1988, as denúncias relacionadas à intolerância religiosa tiveram salto de 67% em todo o país no primeiro semestre de 2019, segundo último relatório do ‘Disque 100’.
Entre as religiões que mais registraram denúncias no país, as de matriz africana lideram com 59% do total de reclamações, segundo o canal do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em 2014, esse número era reduzido a 15% das denúncias. Tendo seus direitos e crenças violados historicamente, os adeptos das religiões africanas ainda sofrem com o racismo e a discriminação dos seus cultos, terreiros, práticas e iniciações.
Até mesmo a cidade de Salvador , que é considerada a capital mais negra do Brasil e de fora da África , os casos de intolerância religiosa seguem em alta entre as religiões de matriz africana. De acordo com dados do Grupo Especial de Proteção aos Direitos Humanos e Combate à Discriminação do Ministério Público da Bahia (MP-BA), as denúncias por intolerância cresceram 81% em 2019, sendo 90% das reclamações destinadas às religiões de base africana.
Para o umbandista, Carlos Lopes, os ataques aos terreiros e outros tipos de manifestações religiosas devem ser impedidos rigidamente. Praticante da Umbanda, o baiano afirma que a “religião” deve ter como propósito principal a solidariedade, paz, união e o respeito ao próximo, e não ser motivo de conflitos e intolerâncias, como é visto frequentemente nas ruas.
“Enquanto cada grupo pretender ser o dono exclusivo da verdade, o ideal da fraternidade universal permanece inatingível. Prevenir a intolerância é assumir que nenhuma verdade é única e reconhecer que o outro tem livre arbítrio. Toda religião e crença deve ser respeitada, quando sincera e conducente à prática do bem. Todos nós devemos ser contra a intolerância religiosa, mudando desde agora nosso jeito de pensar, descobrir e se informar sobre o que acontece nas mais diversas religiões. Devemos ter essa mudança de pensamento não só na capital, mas como em todo o país”, conclui.
Segundo levantamento do Instituto Datafolha, os católicos seguem representando a maioria dos fiéis no Brasil (50%), seguido por evangélicos (31%); irreligiosos (10%); espíritas (3%); adeptos de religiões afro-brasileiras (2%); outras religiões (2%), ateus (1%) e judaístas (0,3%).
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