Como descrevi no artigo anterior, o atual modelo de educação do Governo do Estado reforça uma política de Estado que visa a anulação do indivíduo, este sendo apenas mais uma peça de um sistema que está moendo todos os dias sonhos e esperança.
Esse paradigma, oriundo de uma visão de educação que está obsoleta, tem levado a Bahia a amargar péssimos índices na qualidade da educação, correspondência com um estado totalitário que é dirigido por uma elite política que não tem interesse na potencialização dos indivíduos, pois estes devem ficar apenas onde estão para manutenção do sistema e do poder de uma elite, antes defensora do poder para o povo e hoje defensora do seu “status quo” político.
Não podemos, e seria falta de discernimento de nossa parte fazê-lo, desassociar a atual crise na segurança pública no nosso estado da má qualidade da educação que foi gestada nos últimos anos pelos governos do PT. O modelo atual de gestão chegou ao seu esgotamento político e administrativo.
Mas está na hora de falarmos de esperança. Este é um ótimo momento para que, através da dialética, com suas teses, antíteses e sínteses, possamos, e todos aqueles que possuam interesse em contribuir para a mudança do atual grupo político que governa a Bahia, expressar suas opiniões e teses. Sim, agora, pois neste ano o caloroso período das eleições se aproxima e os debates podem ser muito mais enriquecidos se aproveitarmos o momento atual.
O que digo aqui está para além do discurso batido, e muitas vezes desacredito que só através do investimento em educação, cultura, e esporte podemos não só reverter e reduzir, mas também virarmos modelo do combate à violência. Isso foi demonstrando de maneira prática e científica, pois o que não nos falta é exemplo de cidades que saíram das manchetes dos jornais mundiais por conta dos altos índices de violência e se tornaram vitrines positivas.
Cidades como Bogotá e Medellín, cidades importantes do nosso país vizinho, Colômbia, venceram a violência e a criminalidade. Os que possuem mais tempo de vida devem lembrar o que mais os jovens conheceram através de seriados. Tanto Bogotá quanto Medellín lideravam os índices de cidades mais violentas do mundo. Os dados referentes a mortes por arma de fogo superaram até mesmo guerras em nações do Oriente Médio.
Hoje tanto Bogotá quanto Medellín são referências mundiais na superação da violência e criminalidade, o que mais surpreendeu a todos, pois elas saíram do caos para servirem de inspiração. O que mais impressiona na experiência das cidades colombianas é que as soluções são simples, sem grandes sofisticações. A fórmula pode servir de inspiração para muitas cidades que enfrentam os mesmos problemas.
A fórmula uniu investimentos maciços em segurança pública, educação e cultura com a participação ativa das comunidades e seus agentes de desenvolvimento sociocultural. Não podemos deixar de destacar que, por trás dessas soluções simples, “existiu” a vontade política de fazer com que as prioridades sejam observadas e escolhidas. O momento agora em nosso estado é de iniciar a custosa recuperação no caminho de cidades bem mais justas e sustentáveis do que as que temos hoje.
O que nos dá motivo de esperança é que a gestão anterior, governada pelo então ex-prefeito ACM Neto, iniciou um processo de discussão da cidade de Salvador aliado às práticas modernas e sustentáveis de gestão, o que tem sido continuado pelo atual prefeito Bruno Reis. A exemplo disso, temos a inauguração do museu da música na capital, que é um exemplo de ação prática, pois uma das ações importantes em Medellín foi a criação de um museu interativo. Mas não é apenas nisso, e sim na capacidade de inovar e querer mudar a atual situação da violência em nosso estado, que está a aptidão e as condições do ex-prefeito ACM Neto de fazê-lo, o que pode fazer da Bahia um case de sucesso no combate à violência no Brasil.
A questão é que os atuais líderes políticos que governam o estado há quase 16 anos já demonstraram, além da inapetência para tratar essa problemática, o que está aliada à falta de vontade política, o claro saturamento do grupo e seu desgaste, o que leva à falta de condições políticas para enfrentar e resolver essa crise, o que acaba por nos impor neste ano, como eleitores que amam a Bahia, a necessidade de irmos às urnas na prática de nosso direito ao voto, realizar a alternância de poder para que uma nova gestão com novos líderes possa atingir metas mais ousadas.
Sinto os ventos da mudança, impulsionados e liderados pelo mensageiro da esperança e da renovação ACM Neto, figura política que já mostrou estar alinhada com os novos conceitos para a construção de cidades sustentáveis. Porém, não basta irmos às urnas, é preciso antes arregaçar as mangas para contribuir para que isso seja concretizado, levando esse debate a todo o canto de nosso estado e depois na concretização da alternância de poder nas eleições deste ano.
Anderson Santos foi superintendente da STT, secretário de Relações Institucionais e secretário de Esportes de Camaçari. É pedagogo, analista político e presidente do PSC em Camaçari.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.