O ex-coordenador de eventos de Camaçari Luiz Mário usou as redes sociais para compartilhar uma condição delicada de saúde mental. Em vídeo publicado nesta terça-feira (30), ele revelou que tem enfrentado uma compulsão por jogos de apostas online há alguns anos.
“Eu começo brincando baratinho, um pouco. Apostando para brincar. Mas acabo sempre extrapolando todos os meus limites”, explicou. Luiz Mário também relatou que foi diagnosticado com depressão, e, desde então, tem passado por períodos difíceis e encontrado refúgio nos jogos.
“Levei muito tempo sem jogar. Muito, muito tempo mesmo. Mas há pouco mais de um ano eu voltei a esse vício da compulsão por jogo, e tem me prejudicado muito”, disse. Mário explicou que é apoiado pelos familiares na busca por acompanhamento médico.
Para ele, contar sua história pode ajudar pessoas que estejam passando pela mesma situação ou que pensem em começar a jogar. “Espero que, com isso, eu ajude outras pessoas que estão sofrendo o mesmo mal que eu sofro. A compulsão é uma doença, e precisa ser cuidada”, reiterou na legenda.
“Venho aqui pedir a vocês que evitem ao máximo esses jogos que são divulgados aí na ‘bet’, que esse tipo de ‘bet’ você joga com responsabilidade. Ninguém joga com responsabilidade. Você começa jogando pouco, e sempre vai aumentando, tentando recuperar o que você colocou. Você ganha uma vez e perde 200 mil vezes”, aconselhou.
Assista:
Dados do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, revelam que mais de um terço das pessoas que participam de jogos de aposta enfrentam graus de risco ou transtorno relacionado ao vício. A ludopatia, nome dado à compulsão ou perda de controle sobre jogos, é reconhecida como transtorno mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pode ser tratada no Sistema Único de Saúde (SUS) pela Rede de Atenção Psicossocial (Raps) nos Centros de Atenção Psicosocial (Caps).
Ainda de acordo com o levantamento, os adolescentes entre 14 e 17 anos são o grupo mais vulnerável ao vício. A OMS alerta que “as pessoas que participam de jogos devem estar atentas à quantidade de tempo que dedicam a essas atividades, especialmente quando isso ocorre com a exclusão de outras atividades diárias, bem como a quaisquer alterações em sua saúde física ou psicológica, e no funcionamento social que possam ser atribuídas ao seu padrão de comportamento de jogo”.







