Opinião
A representatividade da mulher negra no mundo da moda e beleza, por Mirelle Lima
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Mirelle LimaDevido ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado nesta quinta-feira (25), o mês de julho foi repleto de atividades voltadas para esse público, uma vez que, ainda há desigualdade nos espaços ocupados por elas.
No mundo da moda e da beleza, não é diferente, apesar da evolução que ocorreu de uns tempos pra cá, o caminho a ser percorrido ainda é longo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mulheres negras representam 25,3% da população brasileira, mas olhe em volta, olhe as propagandas, olhe os desfiles de moda, olhe as capas de revistas, onde estão essas mulheres?
Apesar de pequenas, existem algumas iniciativas que incentivam a representatividade e a diversidade, que devem ser fomentadas ainda mais. Responsável pela marca Barbie, a Mattel, a partir de 2016, adotou uma medida contra a ditadura de padrões estéticos e anunciou a criação de bonecas com novos formatos de corpo e cor de pele e cabelo.
O significado disso é gigante, para as meninas negras que cresceram com bonecas brancas, tendo-as como espelho e como ideal de beleza, e na maioria dos casos criaram um complexo de inferioridade por não se adequarem aquele padrão, e hoje possuem algumas opções para consumir aquilo em que se veem representadas.
Outros exemplos são revistas de moda, em que hoje, já é possível ver mulheres negras na capa e marcas de produtos de cabelo, em que há mulheres negras de cabelos crespos estampando as campanhas publicitárias.
Mas, se há representatividade nessas ocasiões, é porque houve cobrança, porque houve luta de mulheres que passaram a vida inteira acreditando serem inferiores, serem menos bonitas e com menos possibilidade de consumir algo feito para elas.
A luta deve ser diária, incentive, consuma e divulgue trabalhos que prezam pela diversidade. Questione, observe ao seu redor e busque alternativas para combater os padrões.
A beleza extraordinária da mulher negra não deve ser lembrada apenas quando convém, mas sim, cotidianamente, elogia aquela sua amiga, converse, ouça seus sentimentos e opiniões.
Todos devem ter seu espaço de fala, as mulheres devem estar unidas para combater todos os padrões que já foram estipulados e que não nos cabem mais.
Ame sua pele, ame seu cabelo, ame sua personalidade, amor próprio nasce de dentro pra fora, quando há a consciência de que independente das diferenças, somos todas lindas e merecemos ser donas da nossa felicidade, a vida fica ainda melhor.
Mirelle Lima, estudante de jornalismo e entusiasta de moda. Escreve as sextas a cada duas semanas. jornalismo@destaque1.com
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