Opinião
A provável ‘onda Lula’ nas prefeituras da Bahia em 2024
A influência de Lula no estado e seu papel como cabo eleitoral são indiscutíveis.
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Geraldo HonoratoO favoritismo eleitoral do campo aliado de Lula nas eleições municipais de 2024 é real. O petista conquistou uma esmagadora maioria dos votos em 2022, com 90% dos municípios baianos, em muitos deles numa escala superior a 70% dos votos válidos, o que, nesses casos, sinaliza uma tendência de eleger prefeitos aliados, a depender da “habilidade” dos candidatos e da competência das campanhas em colar na imagem do chefe supremo da nação. Tanto o PT quanto a oposição reconhecem essa realidade.
Em recente entrevista ao podcast MetroPod, o ex-deputado federal Jutahy Magalhães Júnior (PSDB-BA), político experiente, afirmou que, “enquanto Lula tiver 72% dos votos na Bahia, a oposição não vencerá a eleição para governador”. A afirmação não é um dogma, mas se sustenta em fatos práticos recentes, vide o triunfo de Jerônimo Rodrigues contra ACM Neto, que se sentiu governador antes da hora. “Não foi Jerônimo. Foi Lula”, alardeou o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), como se mudasse alguma coisa.
A influência de Lula na Bahia e seu papel como cabo eleitoral são indiscutíveis. As medidas por ele implementadas, ou já sinalizadas, no início de seu governo já aumentam, e aumentarão mais, o poder de fogo do campo lulista. A percepção de melhoria na vida cotidiana do cidadão médio, com a redução do preço da gasolina, a queda no preço da carne, a baixa do valor dos carros populares e a expectativa de redução gradual da taxa de juros básica até o final de 2023, contribuirão para potencializar a força dos candidatos lulistas.
Outro fator importante é o reconhecimento, por parte da cúpula do Planalto, da Bahia como um território estratégico e prioritário. Entre janeiro e maio deste ano, quase 20 ministros do governo Lula visitaram o estado, evidenciando a importância dada à região. A presença frequente do próprio presidente também gera expectativas de sua participação nas eleições municipais, seja pessoalmente em cidades-polo, como Salvador, Feira, Camaçari e Vitória da Conquista, ou por meio do amplo uso de sua imagem como ferramenta de marketing.
Além disso, o governador Jerônimo Rodrigues manifestou, em diversas ocasiões, o seu comprometimento em apoiar de fato os candidatos de sua base nas eleições municipais, posição contrária a do seu antecessor, o atual ministro Rui Costa, da Casa Civil. O governo e o PT buscam, estrategicamente, aumentar o número de prefeitos alinhados ao partido.
Em resumo, levando em consideração as respostas positivas da economia, a percepção de melhorias na qualidade de vida da população e o interesse político do presidente da República e do PT em consolidar uma hegemonia política, somados ao fenômeno que Lula sempre foi na Bahia, é possível, sim, prever uma nova “onda Lula”. É garantido? Lógico que não. Mas os ventos já assobiam. Observem.
Geraldo Honorato é jornalista, pós-graduado em Marketing Digital e em Comunicação e Política. É sócio-fundador da agência de publicidade PPÔ Comunicação.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
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