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8 de Março: feministas camaçarienses fortalecem movimentos de luta das mulheres
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Beatriz SantosLutar por melhores condições de trabalho, salários igualitários, conquistar espaços na sociedade dominada por homens, romper barreiras, essas são algumas das muitas características do feminismo. O 8 de março, Dia Internacional da Mulher foi oficializado pela Organizações das Nações Unidas (ONU) em 1975. A origem da data é baseada na luta de mulheres que trabalhavam em fábricas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.
A força da mulher sempre esteve presente em todos os períodos políticos do Brasil, sempre fazendo com que sua voz seja ouvida e principalmente valorizada. E é assim que a Slammaster Juliana Vale, de 24 anos, e a jornalista Cláudia Magnólia, 32, se veem na sociedade camaçariense, mulheres de luta.
Juliana é artista de rua e começou a se identificar como feminista aos 17 anos. Ela conta que por influências de movimentos vistos na TV, começou a estudar e pesquisar sobre a representatividade feminina. Um pouco depois dessa época ela fez parte do Coletivo Maria Bonita. Após o fim do projeto, ela juntamente com Rozane Kelly começaram a promover o Slam das Mulé, que completou em 2019 um ano de existência.
A Slammaster afirma que existe um machismo e preconceito muito grande voltado para o Slam, que realiza batalhas de poesias.
“A gente sempre quis ter um espaço para gente. Não vemos muitas mulheres rimando, grafitando e tal. Então a gente admira outros movimentos dos caras mas tínhamos vergonha. As batalhas de rap às vezes são pesadas, nesse meio a gente tá o tempo todo sendo objetificada e xingada”.
Estar presente nas cenas da arte marginal é uma das razões que fazem Juliana enxergar uma perspectiva crítica em relação a união dos movimentos feministas em Camaçari.
Juliana também diz que está com um projeto para o final desse ano, publicar um livro com poesias de diversas poetisas de Camaçari. “A ideia é dar visibilidade para as meninas da cidade e até mesmo descobrir novas artistas”.
As referências de Juliana vão de Beyoncé, passam pela escritora Clarice Freire e por sua mãe Magali Vale, a quem a artista agradece ser a pessoa que é hoje.
Magnólia, assim como Juliana, começou a acreditar na sororidade através do feminismo. Mesmo com a fé na união das mulheres, a jornalista afirma que o movimento ainda é muito mal interpretado. “O grande problema é que a sociedade ainda interpreta mal e julga o movimento feminista como algo ruim, mas é pura falta de conhecimento”.
Ela explica que essa luta não é voltada para derrubar os homens ou querer ocupar lugares de outras pessoas, mas lutar por si e ocupar seu próprio lugar.
Ser feminista é ter consciência enquanto mulher e buscar o meu lugar no mundo que não é inferior ou superior aos lugares dos homens, é igual. Mas na nossa sociedade não se vê essa igualdade. Então devemos lutar e lutar.
Claudia ainda ressalta que esses movimentos ganham maior relevância por Camaçari ter muitas mulheres em situação de vulnerabilidade. E a situação de insegurança e violência ainda é alta no país. O Monitor da Violência divulgou nesta sexta-feira (8) dados que apontam um leve recuo no número de feminicídios entre 2017 e 2018.
O estudo indica que o número passou de 4.558 para 4.254 vítimas, apesar da pequena redução, o Escritório das Nações Unidas para Crime e Drogas afirma que o país está 74% acima da média mundial.
No dia 23 de fevereiro, Magnólia e Juliana realizaram uma exposição de cartazes na Praça Abrantes intitulada Poesias para Eva e Outras Mulheres, com mensagens empoderadoras e contra a violência.
Os debates públicos sobre os diversos tipos de agressões contra mulheres ganharam força nos últimos 13 anos a partir da implantação da Lei Maria da Penha em 2006, da mudança na lei de estupro em 2009, da lei do feminicídio em 2015, e da mais recente lei de importunação sexual de 2018.
Além disso, em fevereiro desse ano os canais de denúncias voltados para violência contra mulher foram ampliados. Agora o 180 e o Disque 100 recebem denúncias de todo país. Denuncie!
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